A quatro meses das eleições, economia é chave da vitória nas urnas

05 de junho de 2022

15:06

Faltando quatro meses para o 1° turno das eleições gerais, os dois candidatos mais bem posicionados, o ex-presidente Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), jogam com as informações disponíveis para atacar um ao outro, na intenção de ganhar mais pontos. No lado petista, nas redes sociais, predominam as menções à inflação e à alta dos preços dos combustíveis, do gás de cozinha e alimentos. Preocupado com a onda de pessimismo na seara econômica, o presidente aposta na melhoria dos resultados econômicos, até agora tímidos, como a queda na taxa do desemprego para 10,5%, e melhoria no PIB – Produto Interno Bruto, que cresceu 1% no primeiro trimestre.

PLP sobre combustíveis

Na propaganda do PL, que foi ao ar nas emissoras de rádio e TV, Bolsonaro buscou promover o Pix e o Auxílio Brasil. É pouco, já que ao eleitorado, na hora da decisão do voto, quer saber qual dos candidatos mostra capacidade de conduzir o País a tempos melhores. Os esforços, na negociação com o Congresso, da aprovação do PLP 18, que limita o ICMS cobrado sobre energia, combustíveis, telecomunicações e transporte coletivo, mostram o quanto essa agenda é a aposta do Planalto para melhoria da economia. Outra possibilidade cogitada seria uma PEC extratexto, que autorizaria o Executivo a subsidiar os combustíveis caso o PLP não avance.

Tarcísio mal com bolsonaristas

Interlocutores de Bolsonaro ficaram incomodados com a fala do ex-ministro Tarcísio de Freitas, pré-candidato ao governo de São Paulo. Num debate,Tarcísio comparou Bolsonaro a Lula chamando os dois de “titãs” e citou que são “os dois maiores líderes políticos da história do Brasil, duas pessoas que têm conexão direta com o povo”. Arrematou dizendo que não teria problemas em se relacionar com Lula. Esta última fala sugere que Bolsonaro pode ser derrotado e foi considerada a pior. Convencido de que a eleição será decidida em SP, o governo enxergou aí uma tentativa de “descolamento da dobradinha com a chapa de reeleição do presidente”.

Proposta de debates do PT

Nas próximas semanas, o PT vai enviar à Associação Nacional de Jornais (ANJ) e à Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) propostas da pré-campanha Lula-Alckmin para os debates eleitorais deste ano. O partido vai sugerir dois debates no primeiro turno e um no segundo turno. Os veículos de comunicação terão que se organizar em pool para fazer a transmissão. O PT também quer que os candidatos opinem mais nas regras dos debates. A ideia é ter mais tempo de fala para cada postulante e limitar o número de participantes, conforme o permitido pela legislação eleitoral. A presença ou não de Bolsonaro, que já cogitou faltar aos debates, não será uma imposição.

Leite espera MDB

O ex-governador Eduardo Leite (PSDB) só deve ser candidato ao governo do Rio Grande do Sul se for costurado o acordo entre os tucanos e o MDB no Estado. Nas pesquisas, Leite está encostado no ex-ministro bolsonarista, Onyx Lorenzoni, e teria o desafio de ser o primeiro governador da história do RS a conseguir se reeleger. Para o PSDB, que aposta em Leite como líder do partido, no futuro, a vitória seria uma alavancagem. A capilaridade do MDB, no Rio Grande do Sul, é muito maior que a do PSDB e por isso o partido é cobiçado.