Alta de casos de Covid-19 no AM afasta funcionários do comércio e afeta estabelecimentos

Enquanto pessoas transitam na avenida Eduardo Ribeiro, homem observa vitrine de sapatos. (Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)

20 de janeiro de 2022

12:01

Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – A alta de casos de Covid-19 no Amazonas neste início de 2022 tem impactado, além das unidades de saúde da capital amazonense, o comércio e serviços prestados na cidade. Agências bancárias e comércios têm sido afetados pelo afastamento de funcionários diagnosticados com a doença. O Instituto Fecomércio de Pesquisas Empresariais do Amazonas (Ifpeam) indicou que seis em cada dez comerciantes de Manaus apontaram afastamento de empregados por conta da Covid-19 e quatro em cada dez registraram queda nas vendas.

Nessa quarta-feira, 19, o número de novos casos de Covid-19 no Amazonas chegou a 7.505, sendo três óbitos pela doença. Entre os casos confirmados no Amazonas, internados em Manaus, há 466 pacientes, sendo 369 em leitos clínicos (45 na rede privada e 324 na rede pública), 82 em UTI (15 na rede privada e 67 na rede pública) e 15 em sala vermelha.

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“Fui em uma clínica de imagem, em um shopping de Manaus, solicitar um exame de urgência de ultrassom e não tinha médicos para fazerem o exame. A justificativa foi que todos os médicos da clínica estavam com Covid-19. Consequentemente, não tinha profissionais para fazerem tomografia nem para ressonância magnética também”, contou um empresário, que preferiu não se identificar, à CENARIUM.

Em um empresa do ramo alimentício, também em Manaus, seis dos nove funcionários de um turno foram afastados após se infectarem com o vírus. Toda a equipe da empresa precisou ser reordenada para atender os turnos e expedientes.

“Eu fui uma das primeiras pessoas a pegar Covid-19 na empresa em que eu trabalho, e logo em seguida outros colegas também pegaram a doença. De imediato, a empresa resolveu nos afastar, e hoje eu completo nove dias de isolamento. Ao contrário de outros lugares, a empresa, assim que tomou conhecimento dos casos, direcionou a gente para fazer o teste, assim como ao voltar para a empresa eles solicitaram outro teste para comprovar que estamos aptos para voltar ao trabalho”, disse Bruna Oliveira, uma das funcionárias da empresa.

O Instituto Fecomércio de Pesquisas Empresariais do Amazonas (Ifpeam) realizou, no período de 10 a 14 de janeiro deste ano, levantamento sobre a percepção dos empresários quanto aos impactos das variantes de Covid-19 e de Influenza no Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas. As informações obtidas são particularmente importantes para as empresas do comércio varejista, pois servem como balizador para tomada de decisões, de investimentos e planejamento de compras.

Expectativa

Uma pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas (Fecomércio-AM), por meio do Ifpeam, realizada com 52 micro e pequenos empresários, apontou que os entrevistados responderam que o afastamento do colaborador (60%) e diminuição nas vendas (40%) são os dois principais impactos das variantes nas empresas do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas.

As medidas adotadas pelo governo do Estado para conter o aumento de casos de Covid-19 (variante Ômicron) e de Influenza (variante H3N2) são consideradas prudentes e necessárias por 38% dos entrevistados. Alguns, 37%, concordam plenamente com as medidas e outros (25%) concordam parcialmente.

Quanto às expectativas econômicas para os próximos meses, a maioria dos empresários, 34%, vê um cenário preocupante enquanto 33% esperam um cenário desafiador, e 33% vêem um cenário positivo com aumento nas vendas.

Predominância da Ômicron

Nessa quarta-feira, 19, a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) e a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), confirmaram que há a predominância em 93% da Ômicron nos casos confirmados de Covid-19 no Amazonas, entre os casos submetidos à sequenciamento genômico, confirmando a transmissão comunitária da variante no Estado.

A confirmação ocorreu após emissão de relatório de Vigilância Genômica produzido pelo Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia), enviado à FVS-RCP, nessa quarta-feira. Das 589 amostras processadas, 547 casos da infecção foram confirmados pela linhagem Ômicron do novo coronavírus (SARS-CoV-2), sendo 504 em Manaus, 24 do interior do Amazonas e 19 de outros Estados.