Ativista envia carta ao Papa Francisco e pede que líder da Igreja Católica visite Roraima para ajudar refugiados

Documento foi enviado ao Papa Francisco (Divulgação)

21 de março de 2022

11:03

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS — O ativista e documentarista Dado Galvão, de 38 anos, tem mobilizado autoridades católicas, políticos e famosos para chamar a atenção do Papa Francisco sobre a situação de refugiados venezuelanos no Brasil. Em uma carta enviada ao líder da Igreja Católica, o ativista pede que o Papa visite Roraima para ajudar os imigrantes.

Dado Galvão é natural de Jequé, no interior da Bahia, e idealizador da “Missão Ushuaia“, reconhecida pelo Parlamento do Mercosul (Parlasul), em julho de 2019, como de interesse cultural e humanitário. A iniciativa, composta ainda pelo paraibano Arlen Cezar e pelos venezuelanos Carlos Javier Arencibia, Dubenson Eduardo Manzanilla, se transformará em documentário e visa promover a aproximação entre venezuelanos e brasileiros por meio de cartas.

Dado Galvão, disfarçado de padre, em visita à Venezuela (Arquivo Pessoal/Reprodução)

À REVISTA CENARIUM, o ativista explicou que a carta-convite ao Papa é um pedido para que o líder religioso realize uma viagem missionária ao Estado de Roraima, porta de entrada do êxodo venezuelano no Brasil, onde milhares de imigrantes do país vizinho iniciam uma nova trajetória para fugir da fome, miséria e opressão do Governo de Nicolás Maduro.

“Para que a diáspora venezuelana que testemunhamos em Roraima e nas ruas do Brasil não caia no esquecimento e seja um novo normal, suplicamos ao Papa: ‘A presença missionária de Vossa Santidade, cidadão argentino, sul-americano e do Mercosul, chefe de um Estado governado por Deus, trará esperança, luz e visibilidade catequética, pedagógica, diante de tanto sofrimento”, explicou Dado Galvão.

O documento também está sendo endereçado a diversas personalidades. A lista inclui 28 pessoas, são elas: seis líderes católicos, dois religiosos protestantes, 18 políticos, entre o presidente Bolsonaro (PL) e o governador de Roraima, Antonio Denarium (Progressistas); além de dois apresentadores de televisão, José Luiz Datena e Luciano Huck.

“O que estamos testemunhando é um problema para ser enfrentado por políticos e pela sociedade civil organizada brasileira e dos países do Mercosul, é um missão para os democratas sul-americanos(as), pensando assim e colocando em prática, escrevi para 28 personalidades brasileiras, autoridades eclesiásticas, políticos com mandato e sem mandato e dois apresentadores de televisão”, destacou.

“Penso que existe muita gente influente do Brasil, que pode contribuir para que a diáspora em curso não caia no esquecimento, porém, existe muita omissão, vista grossa por conta de ideologias políticas, quando, na verdade, estamos mirando para uma questão de humanidade”, reforçou Galvão.  

Missão

A “Missão Ushuaia” nasceu em 2015 e faz referência ao “Protocolo de Ushuaia“, assinado em 24 de julho de 1998, na cidade argentina de Ushuaia, que reafirma o compromisso democrático de Estados-membros do Mercosul. Em 2012, a Venezuela ingressou no acordo, mas a participação do país foi suspensa em dezembro de 2016 por conta de denúncias de violação de Direitos Humanos e ações antidemocráticas.

“A missão tem como objetivo final a construção de um documentário, mas por conta das variáveis e incertezas dos rumos da Venezuela, passamos a realizar ações culturais e humanitárias à luz do que acreditamos ser o exercício da cidadania Mercosul”, contou Dado Dalvão.

O início

As gravações do documentário iniciaram em 2019, quando o ativista e documentarista viajou, disfarçado de padre, para a Venezuela. À REVISTA CENARIUM, Dado Galvão explicou que o uso do traje foi a forma que ele encontrou para se proteger dos perigos da viagem, como a repressão enfrentada pelos profissionais da imprensa, fugir do regime ditador, gravar vídeos com a população e com opositores de Nicolás Maduro e o autoproclamado presidente Juan Guaidó.

Dado Galvão em reunião com o autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó (Arquivo Pessoal/Reprodução)

“Para começarmos o processo de edição e finalização dependemos do futuro da Venezuela, ou seja, ‘a plena vigência das instituições democráticas”, o que descreve o artigo I do “Protocolo de Ushuaia – Mercosul“, que inspira o nosso trabalho. O roteiro do nosso documentário aguarda e trabalha por um final feliz, respeito ao livre pensamento, democracia/estado de direito, direito de ir e vir, valorização da dignidade humana, justiça para os crimes cometidos contra a humanidade”, frisou.         

Leia a carta na íntegra:

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS — O ativista e documentarista Dado Galvão, de 38 anos, tem mobilizado autoridades católicas, políticos e famosos para chamar a atenção do Papa Francisco sobre a situação de refugiados venezuelanos no Brasil. Em uma carta enviada ao líder da Igreja Católica, o ativista pede que o Papa visite Roraima para ajudar os imigrantes.

Dado Galvão é natural de Jequé, no interior da Bahia, e idealizador da “Missão Ushuaia“, reconhecida pelo Parlamento do Mercosul (Parlasul), em julho de 2019, como de interesse cultural e humanitário. A iniciativa, composta ainda pelo paraibano Arlen Cezar e pelos venezuelanos Carlos Javier Arencibia, Dubenson Eduardo Manzanilla, se transformará em documentário e visa promover a aproximação entre venezuelanos e brasileiros por meio de cartas.

Dado Galvão, disfarçado de padre, em visita à Venezuela (Arquivo Pessoal/Reprodução)

À REVISTA CENARIUM, o ativista explicou que a carta-convite ao Papa é um pedido para que o líder religioso realize uma viagem missionária ao Estado de Roraima, porta de entrada do êxodo venezuelano no Brasil, onde milhares de imigrantes do país vizinho iniciam uma nova trajetória para fugir da fome, miséria e opressão do Governo de Nicolás Maduro.

“Para que a diáspora venezuelana que testemunhamos em Roraima e nas ruas do Brasil não caia no esquecimento e seja um novo normal, suplicamos ao Papa: ‘A presença missionária de Vossa Santidade, cidadão argentino, sul-americano e do Mercosul, chefe de um Estado governado por Deus, trará esperança, luz e visibilidade catequética, pedagógica, diante de tanto sofrimento”, explicou Dado Galvão.

O documento também está sendo endereçado a diversas personalidades. A lista inclui 28 pessoas, são elas: seis líderes católicos, dois religiosos protestantes, 18 políticos, entre o presidente Bolsonaro (PL) e o governador de Roraima, Antonio Denarium (Progressistas); além de dois apresentadores de televisão, José Luiz Datena e Luciano Huck.

“O que estamos testemunhando é um problema para ser enfrentado por políticos e pela sociedade civil organizada brasileira e dos países do Mercosul, é um missão para os democratas sul-americanos(as), pensando assim e colocando em prática, escrevi para 28 personalidades brasileiras, autoridades eclesiásticas, políticos com mandato e sem mandato e dois apresentadores de televisão”, destacou.

“Penso que existe muita gente influente do Brasil, que pode contribuir para que a diáspora em curso não caia no esquecimento, porém, existe muita omissão, vista grossa por conta de ideologias políticas, quando, na verdade, estamos mirando para uma questão de humanidade”, reforçou Galvão.  

Missão

A “Missão Ushuaia” nasceu em 2015 e faz referência ao “Protocolo de Ushuaia“, assinado em 24 de julho de 1998, na cidade argentina de Ushuaia, que reafirma o compromisso democrático de Estados-membros do Mercosul. Em 2012, a Venezuela ingressou no acordo, mas a participação do país foi suspensa em dezembro de 2016 por conta de denúncias de violação de Direitos Humanos e ações antidemocráticas.

“A missão tem como objetivo final a construção de um documentário, mas por conta das variáveis e incertezas dos rumos da Venezuela, passamos a realizar ações culturais e humanitárias à luz do que acreditamos ser o exercício da cidadania Mercosul”, contou Dado Dalvão.

O início

As gravações do documentário iniciaram em 2019, quando o ativista e documentarista viajou, disfarçado de padre, para a Venezuela. À REVISTA CENARIUM, Dado Galvão explicou que o uso do traje foi a forma que ele encontrou para se proteger dos perigos da viagem, como a repressão enfrentada pelos profissionais da imprensa, fugir do regime ditador, gravar vídeos com a população e com opositores de Nicolás Maduro e o autoproclamado presidente Juan Guaidó.

Dado Galvão em reunião com o autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó (Arquivo Pessoal/Reprodução)

“Para começarmos o processo de edição e finalização dependemos do futuro da Venezuela, ou seja, ‘a plena vigência das instituições democráticas”, o que descreve o artigo I do “Protocolo de Ushuaia – Mercosul“, que inspira o nosso trabalho. O roteiro do nosso documentário aguarda e trabalha por um final feliz, respeito ao livre pensamento, democracia/estado de direito, direito de ir e vir, valorização da dignidade humana, justiça para os crimes cometidos contra a humanidade”, frisou.         

Leia a carta na íntegra: