Bissexualidade: preconceitos, diferenciações e invisibilidade

Saiba mais sobre algumas questões que envolvem a bissexualidade (Reprodução/Getty Images)

18 de setembro de 2021

20:09

Priscilla Peixoto – Da Cenarium

MANAUS – No próximo dia 23 de setembro é comemorado o “Dia da Visibilidade Bissexual”, data instituída pelos estadunidenses e ativistas do direito bissexual Michael Page, Gigi Raven Wilbur e Wendy Curry, em 1999, na intenção de celebrar a existência, luta e história de pessoas bissexuais. Para entender mais sobre esta identidade fluída, a CENARIUM listou alguns fatos que envolvem questões ligadas à bissexualidade.

1 – Ser bissexual

Uma pessoa bissexual se define como alguém que sente atração por mais de um gênero ou dois e até mais gêneros. Atualmente, já não se limita mais a atração apenas por pessoas cisgêneros ou binários (homem e mulher). Mas vale ressaltar que apesar de não ser mais definido como atração por homem ou mulher, há pessoas bissexuais que sentem atração apenas por gêneros binários.

2 – Bissexuais não indecisos

Ao contrário do que costumam disseminar, pessoas bissexuais não são indecisas. Ainda há os que olham para a bissexualidade como uma orientação sexual inventada, fuga ou “desculpa” por mulheres que querem experimentar algo novo na vida sexual. Para os homens, a bissexualidade é vista como forma de negar a homossexualidade. Porém, essas “afirmações” passam longe da bissexualidade, que é uma orientação sexual legítima. Indecisão mesmo é não saber qual roupa usar para ir à festa.

3 – “Carteirinha bi”

A orientação sexual não muda de acordo com o parceiro. Ser bissexual não significa que o indivíduo tenha que apresentar uma régua para medir por qual gênero ele se atrai mais. Acreditar nisso ajuda a perpetuar a falsa ideia de que a bissexualidade é apenas uma fase antes de se tornarem “pessoas sérias/normais”.

No próximo dia 23 de setembro é comemorado o “Dia da Visibilidade Bissexual” (Reprodução/ Pinterest)

4 – Invisibilizados

É importante lembrar que a letra B na sigla LGBTQIA+ não é enfeite. Ela representa os bissexuais, que, na maioria das vezes, não são levados a sério e tidos pela sociedade como pessoas indecisas ou perdidas em sua própria sexualidade. Segundo uma matéria divulgada na Revista Galileu, dados obtidos em 2020 após uma pesquisa feita pela ONG Livre & Iguais do Instituto Brasileiro de Diversidade Sexual (IBDSEX), 17,6% de 8.918 pessoas entrevistadas se apresentaram como bissexuais.

5 – Bissexuais não traem mais

Há a crença de que pessoas bi são menos fiéis aos seus parceiros, mas orientação sexual não é atestado de fidelidade. Não é porque a pessoa sente atração por mais de um gênero que necessariamente vai ser infiel, a bissexualidade não torna ninguém promíscuo(a), isto é mito.

6 – Mito do Ménage

Esse fetiche e associação que fazem em relação aos bissexuais só reforça a ideia de que para os bis, tudo se resume a sexo. Uma pessoa bi pode não gostar de sexo a três, já outros podem gostar e está tudo bem, isso não é uma regra. Bissexuais não é sinônimo de pessoas sexualmente insaciáveis.

7 – Calendário

No último dia 23 de agosto foi sancionada a lei que inclui o “Dia da Visibilidade Bissexual” no Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização de Porto Alegre. A iniciativa é da vereadora Daiana Santos (PCdoB) e define o 23 de setembro como o dia de combater à invisibilidade e o preconceito.