Bolsonaro declara R$ 2,3 milhões em patrimônio, mas gastou R$ 16,5 milhões em viagens durante mandato de presidente

Os dados foram publicados nesta quarta-feira, 10, e estão disponíveis para consulta no site Tribunal Superior Eleitoral (Reprodução)

10 de agosto de 2022

21:08

Beatriz Araújo – Da Agência Amazônia

MANAUS – O presidente da Republica, Jair Bolsonaro (PL), registrou sua candidatura à reeleição, para o cargo de chefe do Executivo Federal, no entanto o que chamou a atenção foi a declaração de bens do presidente, no valor de R$ 2,3 milhões. Os dados foram publicados nesta quarta-feira, 10, e estão disponíveis para consulta no site do Tribunal Superior Eleitoral.

Entre os bens, está a declaração de um veículo automotor terrestre, que pode ser um caminhão, automóvel, moto, entre outros, no valor de R$ 26.500,00. Em uma breve pesquisa, a REVISTA CENARIUM constatou que os carros nessa faixa de preço possui o ano de fabricação entre 2007 a 2016, porém, sendo a partir do segundo comprador.

Já nos seguimentos de imóveis, o presidente declarou quatro casas nos valores de R$ 400.000,00, R$ 603.803,54, R$ 98.500,00 e R$ 40.000,00 e um apartamento de R$ 240.930,00.

Detalhamento dos bens declarados pelo presidente (Reprodução)

Principal concorrente de Bolsonaro nas eleições deste ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou ao TSE um patrimônio estimado em R$ 7.423.725,78. O valor está distribuído em bens como depósitos bancários, veículos, terrenos, aplicações, apartamentos e outros.

Férias permanentes

Em paralelo à declaração, estão os gastos de Bolsonaro enquanto Presidente da República. Em quase quatro anos de mandato, somente em viagens, o presidente gastou R$ 16,5 milhões, de acordo com uma auditoria secreta realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e divulgada pela Veja em junho deste ano.

A auditoria feita nas faturas dos cartões corporativos, na gestão Bolsonaro, apontou, ainda, os gastos de cerca de R$ 21 milhões com as despesas secretas consideradas mais significativas, entre janeiro de 2019 e março.

Em dezembro de 2021, enquanto o País já lidava com a crise econômica causada pela pandemia da Covid-19, Bolsonaro passou férias com a família em Santa Catarina. A viagem foi marcada por passeios de Jet Ski e várias idas aos parques de diversões. As férias custaram quase R$ 900 mil aos cofres públicos, de acordo com informações prestadas pela Secretaria-Geral da Presidência.

Leia também: Subprocurador do TCU pede análise dos gastos milionários em férias de Bolsonaro

Ainda segundo o levantamento, o presidente viajou 11 vezes para o Forte dos Andradas, no Guarujá, litoral paulista, três vezes para o Forte Marechal Luz, em Santa Catarina, e uma vez para a base de Aratu, na Bahia.

Desde o início do mandato, há 3 anos e meio, Bolsonaro já acumula, ao menos, 15 miniférias, emendando feriados e recessos. A maioria das viagens foram para a praia, no litoral de Santa Catarina, São Paulo e Bahia.

Tabela de gastos do presidente (Reprodução/Veja)

Alimentação privilegiada

Desde a posse de Bolsonaro, até março de 2021, foram gastos R$ 2,6 milhões, exclusivamente, para a compra de alimentos para as residências oficiais de Bolsonaro e do vice-presidente Hamilton Mourão. Os dados foram divulgados pela Veja, por meio de uma auditoria sigilosa do Tribunal de Contas da União (TCU). As compras foram pagas com o cartão corporativo vinculado à Secretaria de Administração do Governo Federal.

Enquanto a população brasileira conta os centavos para fazer as compras mensais com o salário mínimo de R$ 1.211, 00, a média das compras de Bolsonaro e Mourão totalizam pouco mais de R$ 96.300 por mês. No entanto, o documento do TCU não detalha quais são os alimentos adquiridos nas residências presidenciais.