Campanha do PT detecta resultados do ‘pacote de bondades’ em indicadores de Bolsonaro

Petistas acreditam que o pacote de bondades ainda vai render dividendos eleitorais nos próximos meses, depois do pagamento das primeiras parcelas do auxílio de R$ 600 (Reprodução/Divulgação)

30 de julho de 2022

20:07

Integrantes do comando da campanha Lula-Alckmin avaliam que, embora a redução do preço dos combustíveis e o pagamento de R$ 600 do Auxílio Brasil terem algum efeito positivo na campanha do presidente Jair Bolsonaro, a liderança do petista e a alta rejeição do presidente devem continuar inalteradas.

No entanto, dados como o crescimento de Bolsonaro entre as mulheres e os eleitores de baixa renda merecem acompanhamento constante. Petistas acreditam que o pacote de bondades ainda vai render dividendos eleitorais nos próximos meses, depois do pagamento das primeiras parcelas do auxílio de R$ 600.

Articulações

Internamente, a campanha petista se divide sobre a possibilidade de uma decisão no primeiro turno. Auxiliares de Lula, que apostam em um segundo turno, argumentam que, daqui até a eleição, Bolsonaro só terá fatos positivos para explorar.

Por outro lado, há setores que trabalham para tentar vencer já no primeiro turno e partir de uma articulação com o União Brasil. Já a equipe de campanha de Bolsonaro tentará uma reaproximação com o Republicanos, que lança, neste sábado, 30, a candidatura do ex-ministro Tarcísio de Freitas ao governo paulista.

Desafios

Para reverter os resultados nada animadores, nas últimas pesquisas, a campanha de Bolsonaro já definiu dois desafios. O primeiro é convencer o presidente a adotar um tom moderado, concentrando-se em falar de suas políticas sociais.

O fundamental é que ele esqueça os repetitivos ataques às urnas e evite palavras dúbias que possam sugerir que flerta com a ruptura constitucional. O outro desafio é manter a presença da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, nos eventos de campanha. Isso porque Michelle é uma caixinha de surpresas e nunca se sabe quando se poderá contar com ela.

Sem 3ª parcela do auxílio

Apesar de a equipe de coordenação da campanha trabalhar para que a antecipação do pagamento da segunda parcela do Auxílio Brasil, de R$ 600, ocorra também no início do mês de setembro, concretamente não há nada assinado.

O Ministério da Cidadania editou apenas uma primeira Instrução Normativa informando a antecipação do pagamento da primeira parcela. Ou seja, a segunda parcela poderá sair a partir de 18 de setembro, há 15 dias do primeiro turno, e não haveria terceira parcela antes das eleições, como gostaria o pessoal de campanha.

Fracasso na Amazônia

Após o fracasso das Forças Armadas, no combate ao desmatamento na Amazônia, o governo federal lançou, em março, a operação “Guardiões do Bioma”, com apoio da Força Nacional de Segurança. Até agora, a história se repete: nos três meses de atuação dos ministérios da Justiça e do Meio Ambiente, houve recorde de alertas de desmatamento para o período e foi registrado o maior número de queimadas desde 2008, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). E os números já indicam que o desmatamento, em 2022, deverá ultrapassar, pela quarta vez, sob Bolsonaro, os 10 mil km².