Caso Dom e Bruno: avião com ‘remanescentes humanos’ decola a Brasília para exame de identificação

"Remanescentes humanos” encontrados nessa quarta-feira, 15, durante as buscas pelo jornalista britânico Dom Phillips e pelo indigenista Bruno Pereira (Divulgação/PF-AM)

16 de junho de 2022

16:06

Bruno Pacheco – Da Agência Amazônia

MANAUS — A Polícia Federal do Amazonas (PF-AM) informou nesta quinta-feira, 16, por meio do Comitê de Crise, que uma equipe de peritos federais embarcou em uma aeronave com destino a Brasília para realização do exame de identificação dos “remanescentes humanos” encontrados nessa quarta-feira, 15, durante as buscas pelo jornalista britânico Dom Phillips e pelo indigenista Bruno Pereira.

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O avião da Embraer E175 decolou às 10h, pelo horário de Manaus (11h pelo horário de Brasília). Imagens da aeronave foram compartilhadas pela PF-AM à AGÊNCIA AMAZÔNIA. A polícia não informou quando o resultado do exame deve ser finalizado e divulgado. Os restos mortais foram encontrados nessa quarta-feira, 15, após um dos suspeitos do crime comunicar a localização dos corpos.

O avião da Embraer E175 decolou às 10h, pelo horário de Manaus (Divulgação/PF-AM)

Segundo o superintendente da PF-AM, Eduardo Fontes, Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como “Pelado”, confessou o crime. “Nós não teríamos a possibilidade de chegar nesse local, se não tivesse a confissão. Para avançar mata adentro foram mais de 25 minutos de caminhada”, disse o delegado, em entrevista coletiva nessa quarta-feira, 15, à imprensa.

Para ter acesso, as equipes precisaram se deslocar de Atalaia do Norte até o ponto onde, anteriormente, foram encontrados os pertences de Bruno e Dom. O trajeto durou cerca de 1h40 de barco. Chegando neste ponto, as equipes ainda precisaram caminhar 25 minutos mata adentro, até a área onde os corpos estariam enterrados.

Caso Bruno e Dom

O indigenista Bruno Araújo Pereira, 41, da Fundação Nacional do Índio (Funai), e o jornalista inglês Dominic Phillips, 57, colaborador do jornal “The Guardian”, desapareceram no Vale do Javari, na Amazônia, ao realizarem um percurso entre a comunidade ribeirinha São Rafael à cidade de Atalaia do Norte, no interior do Amazonas.

Segundo a União do Povos Indígenas Vale do Javari (Univaja), Bruno e Dom viajavam em uma embarcação nova, com motor de 40 HP e 70 litros de gasolina, rumo a uma localidade próxima à Base de Vigilância da Funai, no Rio Ituí, Lago Jaburu, para que o jornalista britânico realizasse entrevistas com indígenas para um livro com temática ambiental.

A Polícia Federal interrogou mais de dez pessoas e prendeu um suspeito, identificado como Amarildo da Costa de Oliveira, o “Pelado”. No dia 8 de junho, o barco de Amarildo foi rastreado pela polícia, que o encontrou na mesma região onde a dupla foi vista pela última vez.

No domingo, 12, o Comitê de Crise, coordenado pela Polícia Federal do Amazonas (PF-AM), confirmou, por meio de nota, que os pertences encontrados na região do Vale do Javari eram do indigenista e do jornalista inglês.

No dia 14, outro suspeito foi preso, irmão de Amarildo, Oseney da Costa de Oliveira, de 41 anos, por suspeita de participar do crime. O envolvomento de uma terceira pessoa, citada por Amarildo, está sendo investigada pela Polícia Federal.