Crimes ambientais: cinco homens são presos por terraplanagem em área de preservação e contrabando de madeira ilegal no AM

Os casos foram registrados em um terreno na Avenida Max Teixeira, Zona Norte de Manaus, e na Rodovia Manoel Urbano, em Iranduba (Divulgação)

27 de maio de 2022

21:05

Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS – Cinco homens foram presos por crimes ambientais em duas ações realizadas pelos policiais militares do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPAmb), na quinta-feira, 26, e na tarde desta sexta-feira, 27. Os casos foram registrados em um terreno na Avenida Max Teixeira, Zona Norte de Manaus, e na Rodovia Manoel Urbano, em Iranduba (a 27 quilômetros da capital).

O batalhão recebeu denúncia relatando possível crime ambiental na Avenida Max Teixeira, e, ao chegar ao endereço, prendeu quatro homens por prática de supressão vegetal e terraplanagem em uma área de Unidade de Preservação Permanente (UPP) sem Licença de Operação. Com eles, a equipe apreendeu uma retroescavadeira, três motosserras, um terçado e um machado.

O batalhão recebeu denúncia relatando possível crime ambiental na Avenida Max Teixeira (Divulgação)

Já na prisão ocorrida em Iranduba, um homem conduzia um caminhão com aproximadamente 15m³ de lenha sem Documento de Origem Florestal (DOF), avaliado em R$15 mil. Ele foi preso e conduzido ao 31º Distrito Integrado de Polícia.

Caminhão com lenha sem documentação (Divulgação)

Crimes ambientais em alta

Todas essas ações fazem parte do dia a dia de quem vive na Amazônia. De acordo com levantamento feito pelo Instituto Igarapé, com base nos dados entre 2016 e 2021 sobre crimes ambientais, das 369 operações de combate à criminalidade ambiental organizada na Amazônia Legal, realizadas pela Polícia Federal, 28 delas foram realizadas no Amazonas, sendo 27% delas de extração ilegal de madeira.

O ambientalista e geógrafo Carlos Durigan explica os efeitos negativos na degradação de espaços urbanos. “As Unidades de Conservação são espaços especialmente protegidos que cumprem uma função muito importante de proteger ecossistemas naturais e a biodiversidade associada que, por sua vez, garantem serviços ecossistêmicos de extrema importância para nossa existência, como água de qualidade, ar puro e clima equilibrado”.

Para ele, a crescente degradação acarreta em efeitos diretos na qualidade de vida das pessoas. “Quando uma área protegida é invadida ou degradada, perdemos o patrimônio natural que ela protege e ainda temos piora na nossa qualidade de vida”, afirma. 

“As Unidades de Conservação também são espaços de interesse público. Então, quando são degradadas, temos o nosso patrimônio natural dilapidado para atender interesses particulares e que muitas vezes não trazem benefício à coletividade”, completa o ambientalista.

Ele afirma que conservar áreas naturais em espaços urbanos é de extrema importância para garantir, então, o “bom provimento de serviços ecossistêmicos de qualidade para termos uma vida saudável e ainda convivermos com a nossa rica biodiversidade de forma mais positiva”.