De acordo com a ONU, Brasil terá o terceiro menor desempenho no Produto Interno Bruto, em 2022

De acordo com a ONU, a economia nacional sofrerá uma expansão de apenas 0,5%, em 2022 (Reprodução/Shutterstock)

13 de janeiro de 2022

17:01

Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS — De acordo com dados publicados nesta quinta-feira, 13, pelo departamento econômico da Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), o Brasil ao longo de 2022 terá o Produto Interno Bruto (PIB) — a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em uma determinada região, durante determinado período — um dos desempenhos mais fracos do mundo. Com a terceira pior taxa de expansão do PIB, o País só fica à frente da Guiné Equatorial e Myanmar, dentre os mais de 170 países analisados.

De acordo com uma publicação no site UOL, também nesta quinta-feira, 13, na contramão da recuperação da economia mundial, a economia brasileira deve expandir apenas 0,5%, em 2022, em comparação ao ano de 2021, a estagnação representa 1,7% abaixo do esperado pela ONU para o Brasil, no último informe do ano passado.

Conforme a publicação, uma das explicações para o mau resultado do Brasil está ligado com a perda de força das commodities. “Embora os exportadores de commodities da América do Sul tenham liderado a recuperação na pandemia da região, suas perspectivas de crescimento para 2022 e 2023 são reduzidas”, declarou a agência.

 A economista, professora e consultora de empresas Denise Kassama explica que os commodities são os produtos primários exportados pelo Brasil, além disso, o País é um grande importador de produtos manufaturados, fator que pode fazer com a ‘conta não feche’.

“Exporta minério de ferro e importa chapas de aço, aí a conta nunca fecha. Na pandemia, muitos países param suas produções agrícolas por conta do isolamento e demandaram os produtos brasileiros. Na medida em que a produção rural se recompõe nos países, aumenta a oferta no mercado global. Aumento da oferta leva a redução de preços. Durante a pandemia, muitos produtores rurais preferiram direcionar suas vendas para o mercado externo (grãos, carne), o que contribuiu para o aumento da inflação”, ressalta a economista.

A estagnação representa 1,7% abaixo do esperado pela ONU para o Brasil, no último informe do ano passado (Reprodução/Internet)

Embora as incertezas da pandemia sejam uma realidade e os impactos sejam sentidos em diversos âmbitos, resultando em uma recuperação ‘passo a passo’, a ONU informa que, neste ano, o Brasil não vai acompanhar o ritmo médio mundial. O percentual para os países ricos será de 3,7%, contra 4,5% nos emergentes. Para 2023, a expansão brasileira será de 1,9%, diante de 3,5% do aumento da economia mundial.

Inflação

Ainda segundo a publicação, a ONU também destaca a inflação que impactou os países emergentes de maneira significativa. De acordo com a agência, a inflação para o Brasil, no ano de 2022, deve ser de 6,9%, um pouco mias baixa do que em 2021, mas ainda preocupante.

Vale lembrar que, em dezembro de 2021, pelo quarto pregão consecutivo, o dólar comercial fechou em alta contra o real. A moeda norte-americana subiu 0,40%, chegando a R$ 5,6937, a alta foi considerada a maior taxa de fechamento desde 13 do mês de abril (R$ 5,7161), quando chegou a cair quase 1% na mínima do dia e chegou a custar R$ 5,6188.