Deputado Bolsonarista usou familiares ‘laranjas’ em reforma do aeroporto de Manaus, diz PF

Mãe e irmão de Pablo Oliva criaram empresa que receberia R$ 1,2 milhão para plantar mudas no aeródromo público. (Reprodução/Internet)

11 de agosto de 2020

14:08

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – No centro de investigações da Polícia Federal (PF) por suspeita de crimes de corrupção, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, o deputado federal do Amazonas, Delegado Pablo (PSL), também é acusado de usar a mãe e o irmão como “laranjas” para fechar acordo com o consórcio Engevix-Encalso-Kallas, responsável pela reforma do aeroporto de Manaus.

De acordo com a coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo, sem experiência, a mãe e o irmão do parlamentar bolsonarista criaram empresa que receberia R$ 1,2 milhão para plantar mudas no aeródromo público.

“O deputado, policial federal, foi nomeado coordenador de segurança em Grandes Eventos em 2012, e deveria atuar durante a Copa e a Olimpíada. Na mesma época, sua mãe e irmão criaram empresa que receberia R$ 1,2 milhão para plantar mudas no aeroporto. Eles não tinham experiência prévia”, enfatiza trecho da coluna.

A Folha diz ainda que, segundo a investigação, Pablo comandava a empresa sozinho, o que não é permitido a um policial federal. “Além disso, o serviço pago não foi concluído e os custos com fornecedores não chegaram a 10% do que foi pago pelo consórcio. A PF pediu sequestro dos bens do deputado à Justiça. O deputado tem negado as acusações”, diz o jornal.

Operação Seronato

Pablo Oliva Souza, ou Delegado Pablo, foi eleito deputado federal pelo Amazonas, em 2018, com 151.649 votos. Em maio deste ano, o parlamentar foi alvo da Operação Seronato, deflagrada pela Polícia Federal (PF), que investiga possíveis práticas de crimes como corrupção passiva, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

Veja mais: Delegado Pablo é alvo da PF por crimes de corrupção, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro no AM

À época, seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Além do parlamentar, dois familiares dele, sua ex-sócia e dois empresários também são parte do inquérito, todos, expedidos pelo Juiz da 2ª Vara Criminal Federal da Seção Judiciária do Estado do Amazonas.

Defesa

Em maio, em uma gravação de vídeo de dois minutos e dez segundos, Pablo Oliva chegou a criticar a atuação da PF e se disse surpreso com a operação. O parlamentar disse ainda que as acusações, das quais é alvo, são mentirosas e descabidas.

“Fui surpreendido na data de hoje, por uma operação policial, na porta da minha casa. Isso nunca aconteceu na minha história e ninguém tem nenhum fato a respeito disso para se falar”, declarou o deputado federal, em maio deste ano.

Sobre a acusação atual, a REVISTA CENARIUM entrou em contato com o deputado federal e aguarda retorno.