‘Estamos mais aliviados’, declara tio de indígena Sateré morto em assalto ao saber da prisão do último suspeito

A prisão do último suspeito envolvido na morte do jovem indígena Melquisedeque Santos do Vale, de 20 anos, aconteceu nesta quinta-feira, 17 (Reprodução/Internet)

17 de março de 2022

18:03

Eduardo Figueiredo e Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS – Foi preso na tarde desta quinta-feira, 17, o último suspeito envolvido na morte do jovem indígena Melquisedeque Santos do Vale, de 20 anos, do povo Sateré-Mawé, assassinado em dezembro do ano passado durante um assalto a ônibus, em Manaus.

Segundo informações da Polícia Civil, a prisão de Janderson Cabral Silva, de 24 anos, ocorreu na casa da companheira dele, no bairro Monte das Oliveiras, Zona Norte da capital.

Rucian Vilacio, tio da vítima, afirma que a família nunca perdeu a esperança de que a justiça seria feita. “Estamos mais aliviados em saber que um criminoso a menos está em circulação”, declarou à REVISTA CENARIUM

Nessa quarta-feira, 16, a Polícia Civil prendeu o segundo suspeito de participação no latrocínio, identificado como Lucas Lima, de 24 anos, no bairro Cachoeirinha, Zona Sul de Manaus. De acordo com o delegado Adriano Félix, titular da Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (DERFD), na ocasião do crime, Lucas e outros dois indivíduos entraram no veículo, no momento em que ele trafegava pela avenida Torquato Tapajós, Zona Norte da cidade, e forçaram o motorista a mudar a rota para a avenida Santos Dumont, no Tarumã.

“Eles anunciaram o roubo e recolheram os pertences dos passageiros. No momento da fuga, Janderson efetuou um disparo de arma de fogo que atingiu a cabeça de Melquisedeque. Ele não resistiu aos ferimentos e foi a óbito”, relatou o delegado.

Ainda de acordo com a autoridade policial, após o fato, as investigações iniciaram e foi descoberta a participação de Lucas. Sendo assim, foi solicitado à Justiça mandado de prisão preventiva em nome dele, e a ordem judicial foi expedida no dia 11 de março deste ano, pela Central de Inquéritos.

Em depoimento, Lucas mencionou que Janderson foi quem efetuou o disparo que culminou na morte de Melquisedeque.

Sonhos interrompidos

Um dia após o crime, em conversa com a CENARIUM, a avó da vítima, Zorma Sateré-Mawé, relatou que o neto sonhava em se formar em Administração. “Meu filho antes de morrer disse que ia fazer uma surpresa para mim, porque tinha acabado de receber, no trabalho, um panetone e um peru, mas ele não conseguiu chegar em casa”, contou Zorma.

Natural de Manaquiri, distante 165 quilômetros de Manaus, Melquisedeque se mudou para a capital em busca de um futuro melhor. No momento do crime, ele estava no coletivo da linha 444, após sair da loja de departamento onde trabalhava como Jovem Aprendiz.

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