Estudante representa Brasil na Turquia, após criar garrafa que retira impureza da água

Bárbara Gosziniak vai participar da etapa final do concurso Red Bull Basement University 2021, em Istambul, na Turquia, entre os dias 13 e 15 de dezembro. (Reprodução/ Instagram)

12 de dezembro de 2021

15:12

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – A estudante de mestrado Bárbara Gosziniak, de 28 anos, da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), em Minas Gerais, vai representar o Brasil no concurso global de ciência Red Bull Basement University 2021, em Istambul, na Turquia. A pesquisadora foi a vencedora do desafio brasileiro da multinacional, com o protótipo de garrafa que esteriliza água com a ajuda de radiação e um filtro carregado à luz solar. A competição avaliou 443 ideias enviadas do Brasil e 4.041 projetos em todo o mundo. Desses, finalistas de 44 países foram selecionados para participarem da etapa final, entre os dias 13 e 15 de dezembro, na Turquia.

“É com imensa alegria que anuncio minha vitória no desafio Red Bull Basement Nacional! Agora, vou desenvolver o meu projeto Aqualux, e participar da final global em Istambul, com os finalistas de 44 países, representando o Brasil. Só tenho a agradecer à @redbullbr, ao meu orientador @rfbufop, ao LAPPEM, à @minhaufop, à @capes_oficial e a todos que me apoiaram nessa jornada! Muito obrigada por acreditarem em mim”, escreveu Bárbara, em uma publicação nas redes sociais.

Bárbara Gosziniak é formada em engenharia ambiental e mestranda do Programa de Engenharia de Materiais (Redemat), pela Ufop, e desenvolveu o protótipo chamado por ela de “Aqualux”. Segundo a estudante, o projeto foi selecionado pela inovação, viabilidade e capacidade de causar impactos. Ela conta que a ideia do trabalho era para atender às pessoas que não podiam contar com saneamento básico em todas as partes do mundo.

“Minha iniciativa foi criar uma garrafa que filtra, esteriliza com radiação UV ou com a luz azul e refresca a água, três aspectos vantajosos em relação aos outros métodos já existentes, como a ebulição”, contou Bárbara ao site da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

Garrafa desenvolvida pela estudante transforma água impura em potável. (Reprodução/Instagram)

O protótipo foi desenvolvido nos últimos cinco meses e pode ser usado para tratar a água de nascentes, rios, lagos, entre outros. O equipamento é semelhante a garrafas térmicas, como as de café. De acordo com Bárbara Gosziniak, o processo para deixar a água sem impurezas passa por três etapas ao ser colocada na garrafa: microfiltragem, esterilização por radiação e refrigeração.

A primeira é responsável por eliminar as impurezas. O sistema de esterilização por radiação elimina os patógenos (vírus ou bactérias que possam causar doenças). O processo ocorre, simultaneamente, no sistema de refrigeração alimentado por células fotovoltaicas, capazes de converter a luz do Sol em energia. Ao final, é possível ter uma água fresca e purificada.

Água potável

No Brasil, cerca de 35 milhões de pessoas não têm acesso à água potável, segundo dados sobre saneamento básico no País, divulgados em março deste ano pelo Instituto Trata Brasil. A falta desse bem precioso, um dos direitos fundamentais garantidos pela Constituição Federal de 1988, prejudica a higiene pessoal de pessoas de baixa renda. O cenário se torna mais preocupante em meio à pandemia da Covid-19, cuja limpeza, principalmente das mãos, é fundamental para prevenir a contaminação por Covid-19 e outras doenças.

Veja também: Falta de acesso à água potável prejudica a higiene pessoal de pessoas de baixa renda

Por conta disso, comenta a estudante Bárbara Gosziniak, o projeto foi desenvolvido, com o objetivo de democratizar o acesso à água potável e garantir uma água de qualidade para todos. “Pensei em aplicar isso para ajudar as pessoas de forma simples e viável”, contou a pesquisadora.