Estudantes fazem caminhada em defesa da democracia no AM e pedem melhorias para a classe

O evento foi organizado pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e pela Associação de Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua) (Ricardo Oliveira/CENARIUM)

11 de agosto de 2022

21:08

Beatriz Araújo – Da Agência Amazônia

MANAUS – Levantando discursos contra o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), em defesa da democracia e reivindicações para a classe estudantil, estudantes e movimentos de esquerda se reuniram na Praça da Saudade para realizar a leitura da Carta aos Brasileiros em Defesa da Democracia. O evento foi organizado pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e pela Associação de Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua), nesta quinta-feira, 11.

Além da defesa pela democracia, os manifestantes pediram mais verbas destinadas a universidades e escolas públicas, além do passe livre estudantil para os discentes. O ato também faz alusão ao Dia do Estudante comemorado, anualmente, no dia 11 de agosto. Os manifestantes realizaram uma caminhada nas redondezas do Centro da cidade e finalizaram a ação com a leitura da carta pró-democracia e ato cultural na praça.

O documento é inspirado na carta de 1977, um marco de oposição à ditadura militar, escrita e lida pelo advogado e professor Goffredo da Silva Telles J. Ao longo desta quinta-feira, foi lida a carta aos brasileiros, em vários Estados do Brasil, com o objetivo de incentivar o respeito na escolha dos candidatos, nas urnas, no pleito eleitoral deste ano.

Estudantes fazem ato em defesa da democracia em Manaus (Ricardo Oliveira/CENARIUM)

Momento histórico

Para a coordenadora do evento, professora e diretora da Adua, Ana Lúcia, o momento é histórico para a sociedade brasileira, uma vez que as pessoas vão às ruas para defender seu direito democrático e liberdade para escolher seus representantes.

“Esse manifesto vai além das pautas estudantis. Hoje, nós estamos na rua para mostrar que não aceitamos mais um governo federal que quer calar os professores e estudantes. Desde o início de seu mandato, Bolsonaro cortou verbas da educação e garantiu que para ele a educação brasileira é um gasto e não um investimento para a sociedade”, declarou.

Dia do Estudante

Segundo o vice-presidente da UNE Amazonas, Kallel Naveca, a manifestação é tradição entre os estudantes, mas nesse ano os discursos buscam evidenciar a omissão do atual presidente com a educação do Amazonas.

“Tradicionalmente, o dia 11 é destinado às pautas estudantis, e esse ano essa data tem um espaço muito importante, porque é o momento em que cobramos um governo que olhe para a educação. O presidente Bolsonaro tem atacado, fortemente, a Zona Franca de Manaus e deseja acabar com o modelo econômico, e isso é extremamente prejudicial, uma vez que a Zona Franca é o principal motor para que a Universidade do Estado do Amazonas continue funcionando”, disse.

A manifestação é tradição entre os estudantes (Ricardo Oliveira/CENARIUM)

De acordo com a estudante e presidente do grêmio Chico Mendes, do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), Jaianne Sena, a manifestação também é um espaço para reivindicar os cortes de verba que o instituto sofreu ao longo do Governo Bolsonaro.

“O Ifam corre o risco de fechar por falta de verba e eu posso não ingressar na Universidade Federal do Amazonas, pois, a universidade pode fechar por falta de investimentos, isso é muito grave, pois estamos falando de estudantes, professores e uma classe inteira ameaçada por quatro anos. É a educação da nossa cidade que está em pauta e, principalmente, do nosso País. Sem os estudantes, o Brasil não toca para a frente, então, nós precisamos ser valorizados”, defendeu.