‘Festas clandestinas são mais frequentes fora do AM’, diz especialista sobre alta de infectados por Covid-19

Festa em Santa Catarina.(Reprodução/Internet)

03 de março de 2021

08:03

Victória Sales – Da Revista Cenarium

MANAUS – Com a triste marca de 30 mil mortes por Covid-19 apenas em fevereiro, o infectologista Nelson Barbosa afirmou nesta quarta-feira, 3, à REVISTA CENARIUM que as festas clandestinas foram as principais responsáveis pelo alto índice de mortes. Além de detalhar que outros Estados apresentaram festas mais frequentes do que no Amazonas.

De acordo com Nelson, enquanto no Amazonas os casos de infecção, internações e mortes estão diminuindo, outras regiões estão com a pandemia acentuada. “Festas clandestinas são mais frequentes fora do Amazonas. Tanto que nos principais jornais, só se falou dessas festas que estão ocorrendo em todo o país”, ressaltou o médico.

Para o especialista, o fechamento do comércio no Amazonas, assim como na Bahia, no Distrito Federal e em São Paulo, ocorreu de forma tardia. “Depois que o número de mortes aumentou é que eles foram agir. Esses Estados poderiam ter tido como exemplo o Amazonas, que sofreu uma segunda onda de Covid-19 bem pior que a primeira”, reforçou.

Dados apurados

Fevereiro teve o segundo maior número de óbitos com 30.484 mortes desde o início da pandemia. O índice pede apenas para julho de 2020, com 32.912 mortes. As médias divulgadas pelo consórcio de veículos de imprensa, estão acima de mil mortes diárias há mais de 35 dias.

Na terça-feira, 2, o país registrou o recorde de mortes em 24 horas, desde o início da pandemia, com 1.726 mortes por Covid-19. Minas Gerais e Rondônia, são os Estados que bateram recorde, no segundo mês consecutivo.

Além de Roraima, que aumentou o número de mortes, superou inclusive, julho do ano passado. E agora, com o novo colapso na saúde, que antes era visto somente no Amazonas está atingindo várias regiões do país.

No Amazonas

Enquanto o Amazonas apresenta estabilidade na pandemia, Estados como Santa Catarina, Bahia e São Paulo dispararam em novos infectados por Covid-19. Um levantamento da REVISTA CENARIUM na sexta-feira, 26, mostra que a adoção de medidas restritivas determinadas por decretos reduziu em até 79% as internações hospitalares.

Para analisar a flutuação entre as internações na rede pública do Estado e a instituição dos decretos de restrição de pessoas, foram determinadas datas chaves para nortear a comparação, baseada em relatórios de monitoramento epidemiológico da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS).