Governadores de seis Estados do Norte são convocados à CPI da Pandemia

Wilson Lima (AM), Waldez Góes (AP), Helder Barbalho (PA), Marcos Rocha (RO), Antônio Denarium, (RR) e Mauro Carlesse (TO) (Guilherme Oliveira/Revista Cenarium)

26 de maio de 2021

12:05

MANAUS – Os senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia aprovaram nesta quarta-feira, 26, os requerimentos de convocação de nove governadores e um ex-governador. Apenas da região Norte são seis convocações, entre elas Ibaneis Rocha (DF), Waldez Góes (AP), Helder Barbalho (PA), Marcos Rocha (RO), Antonio Denarium (RR), Carlos Moisés (SC), Mauro Carlesse (TO) e Wellington Dias (PI). Não foram estipuladas datas para o comparecimento dos governadores à CPI.

Além deles, Wilson Lima (PSL), governador do Amazonas, Estado que registrou colapso na saúde em janeiro deste ano também foi convocado. Wilson Witzel, que sofreu impeachment do cargo de governador do Rio Janeiro neste ano, também deverá comparecer à CPI, assim como o ex-assessor de Bolsonaro, Arthur Weintraub, apontado como integrante do gabinete paralelo. O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o atual titular da pasta, Marcelo Queiroga, deverão depor novamente no Senado Federal.

Critérios

O presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que foram inicialmente convocados governadores de Estados em que houve operações da Polícia Federal para apurar suspeitas de irregularidades com as verbas federais no combate à pandemia.

Outros senadores, como Eduardo Girão (Podemos-CE) e Marcos Rogério (DEM-RO), pretendiam convocar mais governadores, como João Doria (PSDB), de São Paulo. No entanto, os parlamentares trabalharam para reduzir essa lista.

A comissão tem prazo inicial (prorrogável) de 90 dias para realizar procedimentos de investigação e elaborar um relatório final, a ser encaminhado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.

Centro das atenções

O Amazonas tem ficado no centro das atenções na Comissão. O Estado, que passou pela “crise do oxigênio”, quando faltou oxigênio nas unidades de saúde, é o principal ponto de divergência e discussões nas pautas discutidas pelos senadores e convocados. Os depoimentos indicam, até o momento, omissão do governo federal na gestão da crise em janeiro.

Nessa terça-feira, em um depoimento de seis horas e meia, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, reforçou a suspeita de que houve omissão. A médica prestou informações prestadas de que o Ministério da Saúde soube com antecedência da crise de oxigênio no Estado e não agiu em tempo hábil para combater o colapso no sistema de saúde.

Mayra contradisse o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, sobre o momento em que a pasta foi informada do problema no abastecimento de oxigênio hospitalar em Manaus, no início do ano. Pazuello afirmou que foi avisado sobre a crise no dia 10 de janeiro. Ela, por sua vez, declarou que conversou sobre o assunto com o general em 8 de janeiro.