Governo do AM vai pagar auxílio de R$ 300 para 100 mil famílias atingidas por cheia dos rios

Enchente do rio atinge rua dos Barés, no centro de Manaus (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

06 de maio de 2021

16:05

Marcela Leiros

MANAUS – Cerca de 100 mil famílias vítimas das enchentes dos rios amazônicos neste ano vão receber Auxílio Estadual Enchente no valor de R$ 300. Segundo anúncio feito pelo governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), nesta quinta-feira, 6. O valor injetará em torno de R$ 30 milhões na economia do Estado, que já tem 20 municípios em Situação de Emergência. Lima disse ainda que a enchente de 2021 poderá ser a maior dos últimos 100 anos.

O valor será pago em parcela única e entregue às famílias dos municípios em emergência em forma de cartão, assim como foi feito com o auxílio estadual pago para dar assistência à população vulnerável afetada pela pandemia da Covid-19. A entrega começará a ser feita nesta sexta-feira, 7, os critérios para receber o auxílio pode ser conferido no auxilio.am.gov.br.

Governador Wilson Lima anunciou início da entrega do Cartão Auxílio Estadual para esta sexta-feira, 6 (Reprodução/Governo do Amazonas)

“Hoje nós estamos lançando o nosso auxílio estadual votado para as vítimas da enchente. Esse cartão será entregue para aquelas famílias que estão sendo atingidas neste momento pela enchente dos rios. O cartão será voltado para aqueles municípios que já decretaram a situação de emergência. Isso é uma injeção direta na economia de algo em torno de 30 milhões de reais”, disse o governador.

Previsão de cheia

A previsão do Governo do Amazonas é que o Estado tenha a maior enchente dos últimos 100 anos, com o pico atingido no final do mês de maio. Até o momento já são 42 municípios afetados diretamente pela subida dos rios e sendo atendidos pela Defesa Civil.

“A nossa Defesa Civil tem trabalhado com as prefeituras no sentido de orientar as defesas civis para que elas atendam todos os protocolos, até para que a gente consiga recursos, consiga ajuda do Estado e também ajuda do governo federal. Nós temos um centro de monitoramento que acompanha toda essa questão pluviométrica, das chuvas, a questão da subida dos rios, o que tem acontecido em cada calha dos rios e os alertas que têm sido emitidos para que as prefeituras possam tomar as medidas iniciais”, reafirmou o governador.

Situação dos municípios

Até esta quinta, 20 municípios das calhas dos rios Juruá, Purus, Solimões e Madeira estão em situação de Emergência. De acordo com a Defesa Civil, 42 estão em situação de Transbordamento com nível crítico e podem entrar em Emergência já na próxima semana. Até 55 municípios poderão ser atingidos pela enchente.

“Entre maio e junho nós teremos todas as calhas com seus índices acima da cota de transbordamento a níveis críticos, levando ao entendimento de que podemos chegar de 50 a 55 municípios atingidos pela enchente”, detalhou coronel Máximo, secretário da Defesa Civil do Amazonas.

Emergência: Guajará, Ipixuna, Eirunepé, Envira, Itamarati, Carauari, Juruá, Boca do Acre, Pauini, Lábrea, Canutama, Tapauá, Borba, Nova Olinda do Norte, Novo Aripuanã, Manacapuru, Careiro da Várzea, Anori, Caapiranga e Anamã.

Transbordamento (com nível crítico): Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Tabatinga, São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá, Tonantins, Iranduba, Beruri, Itacoatiara, Silves, Autazes, Urucurituba, Itapiranga, Barreirinha, Boa Vista do Ramos, Nhamundá, Urucará, São Sebastião do Uatumã, Parintins, Maués e Manaus.

Cheia histórica

O nível do rio Negro – que banha a capital amazonense – atingiu 29,30 metros nessa quinta-feira, mas já estava acima da cota de inundação severa – de 29 metros – desde o dia 30 de abril. De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a previsão é que o nível alcance a máxima de 30 metros, superando a cheia histórica de 2012, quando marcou 29,97 metros.

As dez maiores cheias do rio Negro desde quando o estudo iniciou em 1903 (Arte: Guilherme Oliveira/Revista Cenarium)

As análises do CPRM indicam que a probabilidade do nível do rio Negro superar ou igualar os 30 metros é de 56%, mas ainda é necessário aguardar o comportamento pluviométrico no Estado até o mês de junho.