IBGE aponta crescimento de 12,4% em postos de trabalho da Construção Civil no Amazonas

A indústria da Construção é responsável por mais de 19 mil empregos no Estado em 2019. (Gilson Abreu/AEN-PR)

17 de junho de 2021

11:06

MANAUS – O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira, 17, os resultados da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic). Os dados, referentes ao ano de 2019, apontam que a indústria da construção civil apresentou, entre 2010 e 2019, uma redução de 31,5% no número de pessoas ocupadas. Se considerarmos o período entre 2013 e 2017, o percentual é maior, e chega a 55,8% de perdas. Contudo, entre 2017 e 2019, o número de ocupações no setor voltou a subir, alcançando 12,4% de crescimento no período.

Em 2019, as empresas da construção ocupavam 19.254 pessoas no Amazonas, contingente 31,5% menor do que em 2010 (28.016). Nesse período, esse setor perdeu 8.762 postos de trabalho. O auge da ocupação no setor ocorreu em 2013, com 38.717 trabalhadores. Deste momento até 2017, a perda de postos de trabalho chegou a 21.592 pessoas, ou 55,8% do total. Já entre 2017 e 2019, a indústria da construção ganhou 2.129 postos de trabalho, 12,4% de crescimento.

De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil de Manaus (Sinduscon/AM), Frank Souza, há uma recuperação dos anos de queda anteriores. “O mercado da construção só começou a recuperar em 2019 depois da queda brutal que houve a partir de 2014, o qual nós tivemos um aumento de obras e não só no Amazonas como em todo o Brasil. Aí vem a explicação dos 38 mil postos trabalhados naquela época. Logo em seguida esse mercado foi desaquecendo”, explicou.

Frank destacou ainda que a pandemia mudou todo esse mercado, e, por um momento, mudou para pior. “A partir de março de 2019, esse mercado flexionou sem uma direção e a partir de maio e junho que começou, tanto o setor de material de construção como o setor de obras privadas, principalmente, pois no setor de obras públicas o dinheiro foi destinado à saúde e não houve muito aumento”, ressaltou.

Salários e custos

As empresas da indústria da construção no Amazonas pagaram um total de R$ 532,1 milhões em salários, retiradas e outras remunerações, em 2019. Em 2010, esse valor foi de R$ 570,5 milhões, ou seja, R$ 38,4 milhões a menos.

Se o valor dos salários, retiradas e outras remunerações foi menor em 2019, em relação a 2010, os custos de incorporação e das obras e/ou serviços da construção não foi diferente. Em 2010, esses custos alcançaram R$ 1.661,6 bilhão e, em 2019, os custos somaram 1.175,4 bilhão, ou seja, 486,2 milhões a menos.

Paic

O IBGE realiza, desde 1990, a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic), que retrata as características estruturais da atividade da construção no País. Essas informações são indispensáveis para a análise e o planejamento econômico das empresas do setor privado e dos diferentes níveis de governo.

Os resultados da Paic 2019 acompanham os principais indicadores macroeconômicos do País observados nesse ano de referência, revelando indícios de recuperação da atividade produtiva na construção. As 125,1 mil empresas ativas com 1 ou mais pessoas ocupadas realizaram incorporações, obras e/ou serviços da construção no valor de R$ 288,0 bilhões em 2019. Estas empresas pagaram um total de R$ 56,8 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações para 1,9 milhão de pessoas.