Inverno amazônico contribui para redução das queimadas, afirma especialista

Incêndio consome árvores na Floresta Amazônica perto de Porto Velho, Rondônia (Edilson Dantas/17-9-2021/Agência O Globo)

22 de dezembro de 2021

13:12

Victória Sales – Da Revista Cenarium

MANAUS – Com a chegada do inverno amazônico e a intensificação das chuvas, as queimadas ilegais na Amazônia apresentaram uma redução de 1.418 focos de incêndio em novembro, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no dia 9 deste mês. De acordo com o ambientalista, Carlos Durigan, a vinda do fenômeno natural auxiliou a controlar as queimadas em toda a região.

Durigan ressalta ainda que é preciso ficar atento quanto à redução de queimadas e a de desmatamento ilegal nessa região. “Devemos ficar atentos, pois a redução no número de queimadas não necessariamente está relacionado a uma diminuição de desmatamento e isso requer uma atenção redobrada das agências de comando e controle”, explicou.

Ainda, segundo o ambientalista, as chuvas mais intensas em geral começam em novembro e se estendem até maio/junho, mas regiões, como a de Roraima, entram em períodos de estiagem justamente neste período. “No entanto, se não há ações de controle, ainda mais em um cenário de fragilização das políticas de combate a crimes ambientais na região, mesmo em mês mais chuvosos podem ocorrer queimadas criminosas, quando as chuvas dão uma trégua”, relatou.

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Queimadas em novembro

Em novembro, foram registrados 11.596 focos de calor, sendo o menor número para o mesmo período desde 2018, quando o sistema do Inpe identificou 13.014 focos de incêndio. Segundo o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, o trabalho em conjunto é a principal ferramenta para combater esses incêndios e outros crimes ambientais. A pasta recebeu um acréscimo de R$ 270 milhões no orçamento de 2021.

“Essa integração entre Força Nacional, órgãos ambientais, Estados e municípios é fundamental para que a gente possa enfrentar esse grande desafio que são as queimadas. É importante destacar também que o governo federal está honrando seu compromisso com a defesa do meio ambiente e está investindo no reforço da fiscalização contra crimes ambientais”, destaca Leite.

O dinheiro recebido foi utilizado para compra de equipamentos, veículos e sistemas de navegação. O dinheiro está sendo empregado na compra de equipamentos, veículos e sistemas de navegação. “A contratação desses 739 novos servidores vai ao encontro da determinação do presidente Bolsonaro de fortalecimento dos órgãos de fiscalização ambiental. Com esta ação, reiteramos o compromisso do governo federal em trabalhar de maneira integrada para eliminar o desmatamento ilegal, com a plena e pronta aplicação do nosso Código Florestal”, relatou o ministro.