Janela partidária: dança das cadeiras no AM tem PL de Bolsonaro congestionado e federação de apoio a Lula

NO PL, possível congestionamento de candidatos a deputado federal virou polêmica (Arte: Thiago Alencar)

04 de março de 2022

12:03

Via Brasília – Da Agência Cenarium

Está aberta a temporada de troca-troca partidário, período de 30 dias que os parlamentares têm para sair do partido sem perder o mandato por infidelidade partidária, e conseguir se candidatar por outra legenda nas eleições de 2022. A janela se abriu nessa quinta-feira, 3, e fecha no dia 1º de abril, segundo determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na bancada do Amazonas no Congresso, as negociações estão a todo vapor, mas a tática adotada predominantemente é “esconder o jogo até os 45 do segundo tempo”, diz uma fonte qualificada da política amazonense.

Polêmica no PL

Mesmo com as conversas ainda restritas aos bastidores, ao menos uma polêmica já se vislumbra: o congestionamento de candidatos a deputado federal no Partido Liberal (PL). Por se tratar da sigla do presidente Jair Bolsonaro, o PL deve sofrer um “inchaço”, o que pode comprometer algumas candidaturas. Como se sabe, o cacique do PL no Amazonas, Alfredo Nascimento é candidatíssimo a uma cadeira na Câmara Federal, e nomes como os deputados Alberto Neto (Republicanos) e Delegado Pablo (PSL) têm 90% de chances de se converter a liberais e já confirmaram que buscarão a reeleição.

Menezes “dono do partido”

O incômodo dentro do PL fica por conta da postura do pré-candidato ao Senado de Bolsonaro, Alfredo Menezes, que confirmou a ida para a sigla e já fala como “dono do partido”, disse a fonte. Menezes quer impor seu “próprio candidato a deputado federal”, Alfredo Jacaúna, que já concorreu em várias eleições sem sucesso. Próximo de Bolsonaro, Jacaúna pode ser “uma pedra no sapato de Alfredo Nascimento, Delegado Pablo e Alberto Neto, que buscam retomar uma cadeira na Câmara. Como muito dificilmente o PL conseguirá eleger quatro federais, analisa a fonte, “alguém deve sobrar”.

Silêncio sobre aquisições

No Republicanos do Amazonas, seu presidente, o deputado federal Silas Câmara, segue em silêncio sobre as novas aquisições, assume que as negociações acontecerão até o fim da janela partidária e antecipa que a sigla marchará com as candidaturas de Eduardo Braga (MDB-AM) ao governo e de Omar Aziz (PSD-AM), candidato à reeleição ao Senado. “Vamos seguir lutando até o final por uma chapa forte”, diz Câmara. Falando em Braga, o seu MDB, que já ganhou muitos ex-deputados estaduais, deve filiar ainda mais três prefeitos com mandato e o deputado estadual Dermilson Chagas, ex-Podemos.

Federação ampla

No campo da esquerda, a federação partidária que unirá o PT, PSB, PCdoB e PV, em apoio à eleição de Lula à Presidência, é dada como certa. Mas há obstáculos a contornar no Amazonas e em âmbito nacional, principalmente em São Paulo, onde disputam a candidatura à cadeira de governador do Estado Fernando Haddad (PT) e Márcio França (PSB). No Amazonas, o deputado federal Zé Ricardo (PT) deve tentar a reeleição sem muitos percalços e a chapa do grupo deverá confirmar o professor do Ifam Dênis Pereira como candidato ao Governo do Amazonas.