Medalhista olímpico com Alzheimer desaparece em Boa Vista e é encontrado horas depois

Pugilista foi um dos principais nomes do esporte cubano (Foto: Arquivo Pessoal)

22 de setembro de 2023

18:09

Wynicius Gonçalves – Da Revista Cenarium Amazônia

BOA VISTA (RR) – O ex-boxeador cubano Justo Emilio Correa Vaillant, de 70 anos, ouro no boxe olímpico nos jogos de 1972, em Munique, na Alemanha, e que mora em Boa Vista, foi encontrado após passar um dia desaparecido. Ele é diagnosticado com mal de Alzheimer e foi encontrado caminhando na BR-174, próximo à ponte de Mucajaí, no interior de Roraima.

O medalhista estava desaparecido desde quarta-feira, 20, quando foi caminhar no Bairro dos Estados, zona Leste de Boa Vista. Vaillant foi encontrado por um agente da Polícia Civil que estava indo para Boa Vista e reconheceu o ex-atleta.

“Eu o reconheci imediatamente ao vê-lo caminhando na estrada. Parecia muito desorientando, desnorteado. Liguei para o telefone que os familiares disponibilizaram e informei que o tinha localizado e o estava levando para Boa Vista, onde o entreguei a um amigo da família, no bairro dos Estados”, contou o agente.

Polícia Civil encontra medalhista olímpico desorientado em Mucajaí (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Vaillant é diagnosticado com Alzheimer desde 2019 e se mudou de Cuba para Boa Vista, com o filho em janeiro deste ano para tentar tratamento. De acordo com o filho de Vaillant, o pugilista Emilio Correa Bayeux, de 37 anos, dono de uma medalha olímpica de prata em Pequim, em 2008, o pai estava sozinho em casa enquanto ele treinava em uma academia no bairro União, na zona Oeste de Boa Vista. Ao retornar para a casa, ele percebeu que o pai não estava em casa.

Emilio representou Cuba nos jogos de 1972, onde ganhou a medalha de ouro, e nos Jogos de 1976, em Montreal. Competindo na categoria meio-médio. Ele veio para Roraima com o filho, Emilio Correa Bayeux, que também é boxeador e competiu nos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, onde obteve a medalha de prata.

O treinador de boxe Ronaldo Silva, que acolheu Vaillant e Bayeux desde a chegada a Boa Vista e ajudou em uma mobilização para tentar encontrar o ex-pugilista, disse estar aliviado após encontrar Vaillant. “Ficamos muito preocupados porque ele já não dá mais conta de ficar sozinho. É bem difícil para o filho conseguir trabalhar e cuidar do pai. Ajudamos como podemos e agora vamos nos mobilizar ainda mais para ajudar ele”, disse.

Editado por Jefferson Ramos
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