Mesmo sob forte impacto da pandemia, região Norte é a mais otimista, diz pesquisa da Febraban

Mesmo castigados pela fase mais aguda da pandemia no Brasil, brasileiros do Norte seguem como os mais otimistas (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

18 de março de 2021

17:03

Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou na última terça-feira, 16, mais uma rodada de pesquisas do ‘Observatório Febraban – Ipespe, Covid e Vacinação’. O objetivo do estudo é conferir o sentimento dos brasileiros em relação à pandemia, volta à normalidade, vacinação, entre outros. O levantamento foi feito entre os dias 1 e 7 de março, com três mil internautas em todas as regiões do País.

Apesar de duramente castigada pelo colapso na saúde em Estados como o Amazonas, onde ocorreu em janeiro a crise da falta de oxigênio, a região Norte é a mais otimista segundo a pesquisa. Para os brasileiros da região, o otimismo é de 53%. É também onde existe a melhor percepção sobre melhoria na qual 14% acreditam em uma nova retomada.

O sentimento positivo contrasta porque a região é aquela onde mais gente disse ter pessoas próximas já contaminadas pelo coronavírus, número que fica na marca dos 68% e com vítimas, cujo resultado é de 65%. É ainda no Norte, que foi registrado o mais alto índice de sensação de que as medidas de prevenção estão abaixo do necessário. O número é de 58%.

O pior já passou

“Para muitos na região, a sensação é de que o pior já ficou para trás. Outros 14% responderam que o quadro está melhorando e 22% que está na mesma. De fato, o pico da pandemia com o colapso dos hospitais ocorreu bem antes das outras regiões”, destacou o cientista político e sociólogo Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe.

Como não poderia deixar de ser, para a grande maioria dos entrevistados houve mudança de comportamento. O mundo está diferente e alguns hábitos vieram para ficar. Entre eles o ‘homeoffice’, a utilização do álcool em gel, lavar mais as mãos, compras online entre outras medidas como o simples ato de tirar os sapatos antes de entrar em casa.

“Estamos completando um ano de uma crise de saúde e humanitária sem precedentes e as milhares de mortes e casos mostram a face mais sombria do primeiro ano da pandemia, que contagiou também a atividade econômica, continua paralisando o País e colocou a todos em compasso de espera”, declarou o presidente da Febraban, Isaac Sidney.

Dualidade

O executivo chama atenção para a dualidade de sentimentos por qual passa a sociedade brasileira nos últimos meses de pandemia. “Mesmo considerando que vivemos um momento crítico, a pesquisa revela que os sentimentos dos brasileiros estão divididos: medo, tristeza e raiva convivem com esperança, alegria e orgulho”, finalizou Sidney.

Recorte

Outros indicadores da pesquisa recortada na região Norte revelam que 23% da população entrevistada não confia na vacina; 32% pretendem mudar para uma cidade mais tranquila; 34% pretendem encontrar familiares assim que a pandemia acabar; 58% identificaram uma mudança na saúde mental e emocional. Para 63% o momento é de profundas mudanças nas finanças da família.