Monumentos históricos, praias de água doce e parque aquático atraem turistas a Rondônia

Integrante da Amazônia Legal, o terceiro maior Estado da Região Norte, Rondônia, é lar de belezas naturais e monumentos históricos de encher os olhos e aquecer o coração. A CENARIUM listou cinco destinos para você se apaixonar e fazer as malas (Isabelle Chaves/Cenarium)

03 de março de 2022

09:03

Iury Lima – Da Revista Cenarium

VILHENA (RO) – Integrante da Amazônia Legal, o terceiro maior Estado da Região Norte, Rondônia é lar de belezas naturais e monumentos históricos de encher os olhos e aquecer o coração. É nesta Unidade Federativa onde se encontra a maior edificação militar portuguesa construída durante a época do Brasil Colonial fora da Europa, por exemplo. Também é onde acontece um dos maiores festivais de praia de água doce do Brasil; onde é possível subir uma pedra de mais de 100 metros de altura -sem nenhum equipamento específico-, e contemplar a imensidão da maior floresta tropical do planeta. Mas, se a intenção for somente relaxar, nada melhor que um parque aquático, que também é pousada, casa de shows e, ainda por cima, vitrine da selva rondoniense, como diz a própria fachada.

Curtiu? Então, prepare as malas, porque o #PartiuRondônia, neste novo especial da série Turismo Amazônia, está na CENARIUM!

Real Forte Príncipe da Beira

Apaixonados pela história brasileira devem, sem dúvidas, começar este roteiro de viagem pelo Estado de Rondônia, visitando as ruínas do Real Forte Príncipe da Beira. Para isso, é preciso pegar um voo com destino à capital Porto Velho e seguir de ônibus por 713 quilômetros até Costa Marques, município com menos de 20 mil habitantes, no interior rondoniense; quase 10 horas na estrada que valem muito a pena.

A fortaleza fica, aproximadamente, 26 quilômetros da cidade, com fácil acesso por estrada de chão. A visitação é gratuita e não precisa de agendamento.

Com construção datada do século 18, este é o mais antigo monumento histórico de Rondônia. As obras tiveram início em 1776, inaugurado na década seguinte, em 1783. Desde então, passados 239 anos, permanece erguido na margem direita do Rio Guaporé, na fronteira com a Bolívia.

A fortaleza construída em pedras, em meio à Floresta Amazônica, foi planejada para defender o Brasil de possíveis invasões espanholas (Lucas Andrade/Reprodução)

Construído em pedras, seguindo a arquitetura militar da época, o Real Forte Príncipe da Beira ganhou este nome em homenagem ao príncipe herdeiro de Portugal, Dom José de Bragança. A criação da fortaleza foi uma ordem da coroa portuguesa, idealizada, justamente, para defender as terras de possíveis invasões espanholas.

Dentro do Forte, ficavam quartéis, um hospital, uma capela e o armazém, além da casa do governador e um paiol subterrâneo. Também haviam masmorras na entrada do monumento, sendo que elas ainda existem e contam a história da época com escritos em latim cravados nas paredes. Alguns destes, do prisioneiro mais ilustre: padre Pacheco; um ferrenho defensor do fim da escravidão, que acabou preso, justamente, por isso, até viver seus últimos dias em penitência.

Contudo, o local acabou abandonado pela coroa com a Proclamação da República. Hoje, a história é contada aos visitantes por guias militares lotados no que restou do Forte, com direito a passeio pelas ruínas, masmorras e um museu onde ficam expostas cerâmicas e diversos outros objetos esquecidos, como talheres, taças e tecidos de trajes reais.

Desde 1950, o lugar é tombado e reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Festival de Praia (de água doce)

Em Rondônia não tem mar, mas tem praia. Diversas praias. E dá para curtir todas elas quando o Rio Guaporé entra no período de seca, geralmente, entre os meses de agosto, setembro e outubro. Por isso, o famoso Festival de Praia de Costa Marques, o mais famoso de Rondônia, sempre acaba variando. Mas uma coisa é certeza: sucesso garantido. 

Gente de todos os cantos de Rondônia e do País se juntam para aproveitar o famoso Festival de Praia de Costa Marques (Reprodução/Internet)

São sete dias de festa. Para isso, o comércio local e a prefeitura se unem para proporcionar o principal evento da cidade.

Quando surge a Praia do Curralinho, uma espécie de ilha que passa praticamente o ano inteiro submersa, moradores, visitantes de cidades próximas e turistas do País inteiro marcam presença. São dezenas e mais dezenas de barracas de bambu e palha vendendo todo o tipo de coisa; centenas de barracas de pessoas acampadas e 24 horas de programação com festival de pesca, shows, ao vivo, em um palco da mais alta categoria e muita diversão. 

Em 2010, o evento bateu recorde com mais de 10 mil participantes. 

Cacoal Selva Park

Quem curte aventura, diversão e conforto misturados em único “rolê” vai adorar o Cacoal Selva Park, o melhor e mais completo parque aquático do Estado. Prova disso é a presença de famosos como o ex-BBB e ex-No Limite, da TV Globo, Mahmoud Baydoun. 

Famosos como Mahmoud Baydoun já conheceram e aproveitaram o Cacoal Selva Park (Reprodução/Cacoal Selva Park/Instagram)

O parque conta com uma pousada em meio à mata para quem gosta de relaxar com a natureza; um complexo de piscinas de ondas artificiais e brinquedos; lagoas para pedalinhos e um grande espaço destinado a festas de todos os gêneros, que preenchem o calendário anual de eventos do município de Cacoal, a 480 quilômetros de Porto Velho. Exemplo é o ‘Réveillon na Selva’, a mais icônica festa de virada do ano em Rondônia.

Pedrona da Linha 10

Seguindo ainda pela zona rural de Cacoal, uma daquelas aventuras de tirar o fôlego para os viajantes aventureiros. Basta preparar o mochilão e pegar a Rodovia do Café, seguir até a placa que indica o início da Linha 10 e continuar por cerca de 60 quilômetros numa estrada de chão. Mesmo com o “poeirão” do caminho, a satisfação é garantida.

A Pedrona da Linha 10 fica na zona rural de Cacoal, a 60 quilômetros da cidade (Reprodução/Internet)

Pode ficar tranquilo porque para subir você não vai precisar de nenhum equipamento especial. Dá para chegar ao topo da rocha a pé, de bicicleta e até de moto, como diversos grupos trilheiros fazem.

Lá do alto, a aproximadamente 100 metros do chão, é possível ver a imensidão da Floresta Amazônica. A Pedrona, como é conhecida, fica dentro de uma propriedade rural e é facilmente visível da estrada. Para entrar, não é preciso pagar nada: os donos do sítio já estão tão acostumados com os visitantes que deixam as porteiras abertas para quem quiser conferir de perto.

A Pedrona tem, ainda, incrivelmente, em sua superfície, árvores e uma pequena mata enraizadas. Visitantes de todas as idades aproveitam o lugar para ver o nascer e o pôr do sol; local ideal, também, para piqueniques entre amigos ou em família.

A Pedrona da Linha 10, em Cacoal, tem cerca de 100 metros de altura (Iury Lima/Arquivo Pessoal)

Estrada de Ferro Madeira Mamoré

Para fechar a lista, este que talvez seja o mais icônico ponto turístico de Rondônia: a Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Localizada em Porto Velho, ela foi a 15ª ferrovia construída no País, com obras realizadas entre os anos de 1907 a 1912.

São 366 quilômetros de extensão pela Amazônia, partindo de Porto Velho até o município de Guajará-Mirim, cidades fundadas por conta da existência da própria ferrovia.

Na construção da obra centenária, trabalharam 20 mil operários de 50 nacionalidades diferentes (Reprodução/Governo de Rondônia)

Segundo historiadores, esta foi a primeira grande obra da engenharia estadunidense fora do país norte-americano e foi planejada, principalmente, para encurtar rotas de importação e exportação entre EUA, Bolívia e Brasil. Além disso, a construção se tornou ponto forte para estratégia econômica brasileira, resultando, também, na incorporação do território do Acre ao País.

Na obra, foram empregados 20 mil trabalhadores de 50 nacionalidades. 

Apesar do valor histórico, a última vez em que foi aberto para a visitação do público, foi em dezembro de 2021, durante as comemorações natalinas da capital rondoniense. Atualmente, o perímetro está fechado para revitalização.

A construção da ferrovia resultou da criação dos municípios de Porto Velho, hoje capital de Rondônia, e Guajará-Mirim, no interior do Estado (Reprodução/Brasil Turismo)

Curtiu conhecer mais sobre Rondônia? Então, agora só falta preparar a bagagem, comprar as passagens e curtir este belíssimo Estado da Amazônia.