Morre Luciana Reis, a ativista e mãe que conquistou o direito de adoção aos casais homoafetivos no Brasil

Luciana (à esquerda) e a companheira Lídia protagonizaram um feito histórico para casais homoafetivos do Brasil (Reprodução/Facebook)

10 de março de 2021

15:03

Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

RIO GRANDE DO SUL – A psicóloga, ativista e mãe de santo Luciana Reis Maidana morreu, na noite dessa terça-feira, 09, aos 47 anos, após ter sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) em Bagé, no Rio Grande do Sul. Luciana vivia com a companheira Lídia e juntas marcaram história no País, sendo o primeiro casal homoafetivo do Brasil a terem os nomes nas certidões de nascimento dos filhos adotados.

A conquista aconteceu há 11 anos, quando o Supremo Tribunal Federal garantiu o direito para as duas. Antes da conquista no STF, os dois meninos adotados na época ficaram sob a responsabilidade apenas de Luciana.

O casal serviu de incentivo para outros casais homoafetivos que pretendem buscar a adoção (Reprodução/arquivo pessoal)

Em entrevista ao site da UOL logo depois de conseguirem o feito, Luciana revelou que a vontade de registrar os filhos veio de um pedido das próprias crianças. “O fato de eles morarem com duas mães e chamarem duas mulheres de mães, mas ter o sobrenome só de uma, eles nos cobravam. Eles assinavam os nomes e colocavam Guterres (que é o sobrenome de Lídia) no fim. Foi isso que nos levou a entrar com a ação,” explicou Luciana na época.

A decisão foi um marco para casais homoafetivos e garante hoje os direitos dos filhos do casal, uma vez que eles passam a ter as mesmas propriedades legais do que a agora viúva, Lídia, tem sobre as posses de Luciana. Vale ressaltar que a decisão também serviu de espelho para outros casais homoafetivos do País buscarem pelos mesmos direitos.