‘Não foi a melhor decisão’, diz vice-presidente sobre redução do IPI durante abertura de evento em Manaus

O discurso foi feito durante abertura da ExpoAmazônia Bio&Tic (Ricardo Oliveira/Agência Amazônia)

30 de junho de 2022

19:06

Priscilla Peixoto e Eduardo Figueiredo – Da Agência Amazônia

MANAUS – “Eu acho que essa redução do IPI, aqui, não foi a melhor decisão que a gente poderia ter tomado”. A declaração é do vice-presidente da República Hamilton Mourão ao se referir aos ataques do governo federal que, por meio de decretos, reduziram o Imposto sobre Produtos Industrializados da Zona Franca de Manaus (ZFM).

O discurso foi feito durante a abertura da ExpoAmazônia Bio&Tic na tarde desta quinta-feira, 30, no Centro de Convenções Vasco Vasques, Zona Centro-Sul de Manaus, onde o general destacou que o assunto pode ser retomado. “É um assunto que ainda pode ser estudado e óbvio que com o passar do tempo algumas dessas atividades deixarão de ter a isenção, mas não no presente momento em que estamos vivendo”, afirmou acrescentando que o retorno da ZFM é positivo.

“É óbvio que toda vez que a gente faz uma renúncia fiscal, e a isenção de impostos é uma renúncia fiscal, ela tem que dar um retorno. Eu julgo que o retorno que é dado aqui pela Zona Franca de Manaus é um retorno positivo, porque gera em torno de 100 mil empregos diretos aqui na Amazônia”, disse.

Vice-presidente durante abertura do evento (Ricardo Oliveira/Agência Amazônia)

Evolução

Durante a solenidade, o vice-presidente destacou ainda que ao longo dos 55 anos de existência a Zona Franca de Manaus já passou por várias adaptações e continua evoluindo.

“A Zona Franca está aí com seus 55 anos. Ela veio se adaptando, ela veio como um modelo que era um mero entreposto comercial. Quem morava no Centro-Sul do País e queria adquirir um bem a preço melhor, vou colocar aqui bens que vocês, hoje, devem ver só em museu, como videocassete, gravador de duas cabeças, essas coisas que haviam. Então, a turma vinha para comprar isso, aqui, e ela evoluiu realmente para um Distrito Industrial e está evoluindo, aí, na questão da agropecuária. Então, a Zona Franca vem se reinventando ao longo do tempo”, declara o general.

Hamilton Mourão falou sobre a Zona Franca de Manaus (Ricardo Oliveira/Agência Amazônia)

O evento

Realizado pela Associação do Polo Digital de Manaus (APDM), pelo Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado (Sedecti-AM) e pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), o evento ocorre até o dia 2 de julho.

O objetivo é promover maior integração entre os polos sustentáveis e digitais da Amazônia, a fim de ampliar a inserção destes segmentos no desenvolvimento socioeconômico regional, com vistas, dentre outros objetivos, a ampliar a oferta de empregos de qualidade e de retorno social, com incremento da qualidade de vida e outros benefícios diretos.

Evento será realizado até domingo (Ricardo Oliveira/Agência Amazônia)

Ao todo, a ExpoAmazônia vai contar com mais de 60 estandes, 100 startups, o Mercado Amazônia (para comercialização de produtos tipicamente regionais), 30 artesãos da economia criativa, palco principal com autoridades renomadas, três salas de palestras com programação variada ao longo de todo o evento, um hackathon (maratona de programação com desenvolvedores de tecnologia) e uma arena de batalha de codificação, além da arena kids para o público infantil e área de alimentação.

A entrada é gratuita, sendo necessário apenas a inscrição por meio do site oficial (expoamazonia.com).