Novo presidente: escolha de Bolsonaro prepara terreno para a privatização da Petrobras

Pires é economista com o nome muito presente há duas décadas na imprensa brasileira por meio dos seus artigos que defendem privatizações (Arte: Isabelle Chaves/CENARIUM)

29 de março de 2022

21:03

Yusseff Abrahim – Da Revista Cenarium

BRASÍLIA – Com a saída do general Joaquim Silva e Luna do comando da Petrobras, após uma gestão marcada por recordes históricos do aumento de combustíveis para os brasileiros, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a indicação do economista Adriano Pires como o novo presidente da estatal.
Pires é economista com o nome muito presente, há duas décadas, na imprensa brasileira por meio dos seus artigos (hoje, no Estadão e Poder 360) que defendem privatizações, além de atuar com consultorias para grandes empresas de petróleo e gás, como indica reportagem do Intercept, no último mês de dezembro.

Neste último ano de governo, com a intenção de votos estancada na faixa dos 26% e abalado por denúncias de corrupção, Bolsonaro parece um mandatário sem custos políticos a arcar com a realização de um antigo sonho do alto empresariado: a privatização da maior estatal brasileira.

Em um de seus artigos publicados pelo Poder 360, Adriano Pires não mediu palavras para dizer que embora existam alternativas para a baixa e a estabilização do preço dos combustíveis, prefere defender uma medida amarga.

“A solução definitiva só virá com a privatização da Petrobras. Enquanto a empresa for de economia mista, tendo o Estado como controlador, os seus benefícios corporativos e as práticas monopolistas serão mantidos a favor da corporação e, muitas vezes, contra os interesses do Brasil”.

A escolha do presidente Jair Bolsonaro ainda precisará ser validada pela Assembleia Geral Ordinária da Estatal, marcada para 13 de abril.