O cemitério do futuro: famílias plantam árvores no lugar de túmulos para ‘celebrar’ vida

BioParque: um novo conceito de eternizar memórias .(Reprodução/Internet)

08 de outubro de 2020

17:10

Vanessa Taveira – Da Revista Cenarium

MANAUS – Dar leveza e um novo olhar sobre a questão mais angustiante da condição humana: a morte. Cultivar lembranças, preservar histórias e valorizar a vida por meio de árvores no lugar de túmulos são os propósitos do BioParque, um novo conceito de cemitério inaugurado em agosto de 2019, em Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG).

A proposta do BioParque é unir a ressignificação da morte à consciência ecológica, ao transformar cemitérios em bosques, em que as lembranças são cultivadas em sintonia com a preservação do meio ambiente. Dessa forma, as cinzas do ente querido são transformadas em um substrato preparado para o plantio de árvores e que podem ser escolhidas por quem presta a homenagem.

Sepultamento

São realizadas cerimônias especiais para o plantio das sementes, após a escolha de uma espécie, dentre várias típicas regionais, cada família realiza o plantio em biournas, ou seja, urnas ecológicas, desenvolvidas na Espanha e patenteadas pelo BioParque. As urnas são acompanhadas por um período de 12 a 24 meses por uma equipe de especialistas no viveiro tecnológico chamado Incubecenter.

Biournas: árvores que tornam memórias vivas (Reprodução / Internet)

Após esse período, quando as mudas já são árvores, uma nova cerimônia é realizada para o plantio definitivo da planta no solo do parque. De acordo com Marco Túlio, assessor do BioParque, “as cerimônias já estão acontecendo, porém o parque está em construção”, disse à Revista Cenarium. As famílias podem adquirir mais de uma árvore, sendo possível a criação de bosques e jardins.

Investimento

A inovação no mercado de sepultamentos é uma iniciativa das empresas Grupo Parque, de Alagoas, Prevenir, de Minas Gerais e a Primaveras, de São Paulo, que se uniram à Seven Capital para criar o empreendimento. As empresas investiram R$ 150 milhões e esperam alcançar em 2020 um faturamento de mais de R$ 200 milhões.

O grupo não informou o valor do “sepultamento” e nem a quantidade existente de árvores plantadas.

Expansão

Conforme o assessor, o BioParque se encontra em Belo Horizonte com previsão de inaugurar uma nova unidade em São Paulo, no primeiro semestre do ano que vem. Para Manaus “ainda não temos data prevista, mas já existe um estudo e esforço nesse sentido”, disse à Revista Cenarium.