Omar Aziz e Marcelo Ramos ‘surfam’ pororoca amazônica no Governo Bolsonaro

À esquerda, o presidente Jair Bolsonaro, o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos e à direita, o presidente da CPI, Omar Aziz (Arte: Catarine Hak/Cenarium)

20 de julho de 2021

12:07

Via Brasília – Da Revista Cenarium

Rei nu

Depois dos irmãos Miranda, os mais novos homens-bomba da República vêm do Amazonas e em ritmo de pororoca amazônica – torrente volumosa que sai levando o que estiver pela frente. No comando da CPI da Pandemia, o senador Omar Aziz (PSD-AM) e companhia desnudam os meandros nebulosos que envolvem as compras de vacina no Ministério da Saúde e expõem que “o rei está nu”. Noutra trincheira, o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), cutucado pela milícia bolsonarista, contra-ataca: “Na hora que eu ler um processo de impeachment não tem volta”, provoca Ramos.

Não colou

Empresa especializada em monitoramento de mídia digital, sediada em Brasília e com longo currículo em pesquisar o termômetro nas redes, disse à Coluna Via Brasília que começa a solidificar a versão de que não só os filhos do presidente Jair Bolsonaro como todas as lideranças de sua base trabalharam pela aprovação do aumento do Fundão. A “narrativa” bolsonarista não colou até mesmo entre os menos acostumados a acompanhar os trabalhos do Congresso. Por essa razão, só restaria ao presidente vetar a medida contida na LDO (Lei das Diretrizes Orçamentárias) para tentar recuperar mais esse estrago na sua imagem e de aliados.

Acordão

Bolsonaro tenta atribuir a Ramos a quase triplicação dos recursos destinados a financiar as próximas eleições. O aumento foi aprovado por larga maioria na Câmara e no Senado. Nas redes, Marcelo Ramos segue dobrando a aposta. “Presidente Bolsonaro, acordão de 4 bilhões, não! Vete total! Cumpra sua palavra!”, disparou o parlamentar. Ramos insinua que ao mesmo tempo em que “joga pra plateia”, Bolsonaro costura um fundo eleitoral que ainda é mais do que o dobro do valor fixado nas eleições passadas. O vice da Câmara diz que se o presidente devolve a LDO, a votação no Congresso terá de será nominal, o que inviabilizaria o jogo de empurra.