Para reduzir desgaste político com economia ruim, Bolsonaro penaliza Estados, municípios e ZFM

19 de maio de 2022

12:05


As medidas do presidente Jair Bolsonaro para reduzir seu desgaste político por conta da alta da inflação, dos preços dos combustíveis e alimentos, com as desonerações do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e do Imposto de Importação (II), são uma verdadeira ameaça à ZFM e uma tungada nos cofres estaduais e municipais. Isso porque são impostos que o governo federal divide com Estados e municípios. Por outro lado, Bolsonaro ao propor aumento da Contribuição Sobre Lucro Líquido (CSLL), tributo em que o governo fica com todos os recursos, é a comprovação de mais uma falácia do seu ministro Paulo Guedes, que anunciara no início da gestão uma política econômica de “Mais Brasil e menos Brasília”.

Reunião Confaz

As reduções de impostos feitas sem consulta aos entes envolvidos geraram um clima de contrariedade entre governadores e prefeitos, que será externado nesta quinta-feira, 19, em reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Reduzir impostos compartilhados e aumentar tributos que ficam só na União gera cortes drásticos nos orçamentos estaduais e municipais que inviabilizam as administrações locais, segundo alguns secretários Fazenda. Outro objetivo da reunião é mudar um convênio que definiu a alíquota máxima do ICMS para o diesel em R$ 1,006 por litro.

Segue crise com STF e TSE

*Um interlocutor de Bolsonaro diz que ele não vai desistir de seguir questionando as atitudes do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Para o presidente, este embate será uma agenda permanente. Em seguidos desabafos, Bolsonaro afirma que Mandela ficou preso por 27 anos e, ao final, foi reverenciado pelo mundo e acabou presidente da África do Sul. Dentro deste raciocínio de que a história dará razão a ele, Bolsonaro vai manter a polarização com o STF. Mas, o que quer, na verdade, é desviar as atenções do noticiário econômico ruim a seu governo. No entanto, ao fabricar seguidas crises institucionais, ele dificulta a retomada econômica, que tanto busca.

Roteiro pronto

Geraldo Alckmin já traçou um roteiro dos setores e Estados com os quais pretende atuar na campanha. Basicamente são as regiões e segmentos nos quais Lula tem dificuldades: Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Entre os segmentos estão o agronegócio, setores religiosos e polícias. Quem conhece o candidato a vice aposta que ele não vai expor o plano na reunião ao lado de Lula com os presidentes dos sete partidos aliados, marcada para esta segunda-feira, 30. Alckmin deve ouvir as demandas para só depois se posicionar e indicar três nomes para o time do programa de governo e dois para a coordenação da campanha.

Tensão no Xingu

Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) acompanham a situação de potencial conflito entre fazendeiros e indígenas na Terra Indígena Apyterewa, em São Félix do Xingu, Sudeste do Pará. Nessa terça-feira, 17, constataram que houve mesmo invasão por parte de fazendeiros na área onde estão duas aldeias novas do povo Parakanã, mas eles se retiraram do local antes da chegada dos policiais. Segundo os indígenas, os homens disseram que a aldeia deveria ser “removida e que a terra era dos fazendeiros, numa tentativa de ocupar o território indígena.”