PF encontra joias e dinheiro na loja de primos de Eduardo Braga no AM; veja vídeo

17 de novembro de 2021

15:11

Arnoldo Santos – Da Revista Cenarium

Ao deflagrar a Operação Francamente, na manhã desta quarta-feira, 17, a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão de materiais, entre computadores e documentos, que podem servir à investigação que tenta desarticular o que o Ministério Público Federal (MPF) chamou de “esquema criado pela organização criminosa a ser desarticulada”, tendo como objeto principal veículos com origem na Zona Franca de Manaus. Mas, além dos computadores e documentos, as diligências acabaram encontrando joias e dinheiro em espécie que estavam na concessionária de veículos administrada por João dos Santos Braga Neto e Maria de Fátima Pinheiro Braga Roman, ambos primos do senador Eduardo Braga (MDB-AM).

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Dessa apreensão, investigações extras podem surgir porque a origem do dinheiro e das joias deve ser apurada pelas autoridades, inclusive, ouvindo os responsáveis pela empresa e a posse do material, que pode conter ou não indícios e que fica sob guarda da polícia e do MPF até que todo ele seja periciado. Não foram divulgados os valores exatos do que foi apreendido.

Joias e dinheiro apreendidos na concessionária dos primos do senador Eduardo Braga pela PF. (Foto: Divulgação)

Seguindo o rito processual, os policiais lavraram os autos de apreensão que serão entregues ao juízo responsável que, no caso, é o juiz federal da 5ª Vara Federal Criminal da Subseção da Justiça Federal em Mato Grosso (SJMT), Jeferson Schneider. Em relação ao montante em espécie, o dinheiro é depositado em uma conta da Caixa Econômica Federal. Mas, a investigação sobre esse montante vai fazer parte do cruzamento de informações sobre movimentações realizadas pela empresa junto ao Banco Central (BC) e à Comissão de Atividades Financeiras (Coaf), que é o responsável pelo monitoramento de movimentações de quantias de grande vulto, a partir de R$ 10 mil. Mesmo com a não decretação da quebra de sigilo bancário pela Justiça Federal, o MPF pode solicitar um relatório analítico sobre as possíveis transações suspeitas dos investigados.

O Grupo Braga, dono da loja onde a operação foi realizada, expediu nota informando, entre outras coisas, que “as joias e valores em espécie veiculados na mídia se tratam de bens pessoais dos sócios do grupo, devidamente declarados em seus impostos de renda, que são guardados no escritório familiar localizado em sala própria no mesmo endereço da empresa”.

Até o início da tarde, os policiais ainda estavam recolhendo materiais em algumas lojas alvos da operação.