Polícia Federal confirma a destruição de 23 balsas em nova operação contra garimpo ilegal no Amazonas

04 de agosto de 2022

19:08

Eduardo Figueiredo e Ívina Garcia – Da Agência Amazônia

MANAUS – Conforme adiantado pela AGÊNCIA AMAZÔNIA, a Polícia Federal do Amazonas (PF-AM) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizaram uma operação conjunta contra o garimpo ilegal de ouro na calha do Rio Madeira, próximo ao município de Autazes, distante 111 quilômetros de Manaus. A informação foi confirmada na tarde desta quinta-feira, 4, por meio de nota.

De acordo com o comunicado, a operação teve por objetivo a identificação, abordagem e inutilização de balsas-dragas que operam a atividade de garimpo ilegal no interior do Estado. O resultado da ação conjunta, que contou com a participação de policiais federais, do Grupo de Pronta Intervenção, e fiscais do Ibama, foi a destruição de 23 balsas-dragas.

Balsas sendo queimadas durante a operação da PF e do Ibama (Reprodução)

A Superintendência Regional da Polícia Federal, no Amazonas, esclareceu também que, “atualmente, toda a atividade de lavra de ouro, no Rio Madeira, é ilegal e que, portanto, as ações objetivando a desintrusão dessa importante hidrovia federal continuarão a ser realizadas, assim como serão estendidas, em 2022, a outras regiões de garimpo ilegal detectadas no Estado do Amazonas”, finaliza a nota.

Vídeos exclusivos

AGÊNCIA recebeu com exclusividade vídeos que mostram as balsas sendo queimadas ao longo do Rio Madeira. “Eles estão queimando as balsas, já estão tudo para fora, tudo queimada. Está só o “coche” dentro d’água. Agora, o resto está tudo queimado, agora, vão queimar do ‘Golfinho’. Acho que tem bem umas seis que não estão queimadas ainda“, diz uma moradora do local no vídeo.

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A nova ação acontece na mesma região que, em novembro de 2021, a PF, com apoio das Forças Nacionais de Segurança, prendeu três pessoas e destruiu, aproximadamente, 130 balsas utilizadas para o garimpo, durante Operação Uiara.

As balsas pertencem à invasão ocorrida em julho, onde a AGÊNCIA foi uma das primeiras a relatar o retorno dos garimpeiros ao local. À época, o Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) informou que não tinha registro formal da situação, mas abriu inquérito para apurar a situação baseado nas informações repassadas pela imprensa.

Retorno das balsas

Em julho deste ano, centenas de balsas de garimpo ilegal invadiram o Rio Madeira, no município de Autazes. À época, a organização não-governamental Greenpeace confirmou à AGÊNCIA AMAZÔNIA o retorno do grupo de garimpeiros à comunidade do Rosarinho, em Autazes, com centenas de balsas, dragas e outros equipamentos utilizados para a exploração de ouro.

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Na avaliação do porta-voz da Amazônia do Greenpeace Brasil, Danicley de Aguiar, a ausência das Forças de Segurança e regulação nos rios, bem como a falta de estrutura empregatícia, possibilita o retorno dos garimpeiros.

“O regresso desses garimpeiros a Autazes demonstra com clareza o quão falha é a política de desenvolvimento regional. Se não houver alterações profundas no desenvolvimento regional, toda vez que a política de comando e controle recuar – e ela vai ter que recuar e os garimpeiros sabem disso – essa atividade vai recrudescer, vai voltar, assim como voltou o desmatamento após a forte queda que teve nos anos do Governo Lula”, afirma.

Leia a nota na íntegra: