Polícia Federal investiga fraudes em contratos de órgãos públicos do Acre e afasta três servidores
16 de março de 2023
12:03
Marcela Leiros – Da Agência Amazônia
MANAUS – A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira, 16, nos Estados do Amazonas, Acre, Santa Catarina e São Paulo, a “Operação Fata Morgana”, que investiga crimes envolvendo empresas da área de construção civil e funcionários dos órgãos públicos Departamento Nacional Estradas Rodagem (Deracre) e Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra) do Acre. Três pessoas foram afastadas dos cargos públicos.
Segundo a PF, a investigação iniciada a partir de Nota Técnica da Controladoria-Geral da União (CGU), que apontou diversas irregularidades relativas a contratos entre o departamento, a secretaria e um consórcio de empresas de engenharia. Os danos foram estimados em mais de R$ 5 milhões.
Foram mobilizados cerca de 90 policiais federais, nos quatro Estados, que cumpriram 19 mandados de busca e apreensão, 12 mandados de suspensão do direito de participar de licitações e de firmar contratos com órgãos públicos, além de três suspensões do exercício da função pública.
Os investigados poderão responder pelos crimes de associação a organização criminosa, fraude em licitação ou contrato e falsidade ideológica, entre outros delitos. As penas, somadas, podem ultrapassar 21 anos de prisão.
Fata Morgana
O efeito de Fata Morgana, do italiano fata Morgana (ou seja: fada Morgana), em referência à fictícia feiticeira (Fada Morgana) meia-irmã do Rei Artur que, segundo a lenda, era uma fada que conseguia mudar de aparência, é um efeito óptico (Princípio de Fermat).
Trata-se de uma miragem que se deve a uma inversão térmica, fazendo-se alusão aos ramais objeto de licitação que receberam milhões de reais em investimento e continuam em situação sofrível no Estado do Acre.
O Trabalho foi desenvolvido e está sendo analisado pela Delegacia de Combate à Corrupção e Crimes Financeiros da Polícia Federal.
Ptolomeu
No último dia 9 de março, a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação que teve como um dos alvos o governador do Acre, Gladson Cameli (PP). A ação policial ocorreu em Manaus, capital do Amazonas, e no Piauí, Goiás, Paraná e Rondônia, além do Distrito Federal, e investigou uma organização criminosa envolvida em corrupção e lavagem de dinheiro relacionados à cúpula do Governo do Acre.
Na ocasião, de acordo com a PF, o Deracre foi um dos locais investigados na operação “Ptolomeu III”. Na capital amazonense, agentes federais cumpriram mandados no condomínio de luxo Barão do Rio Negro, na Ponta Negra, zona Oeste. O governador do Acre tem familiares residindo em Manaus. Um deles é o irmão do chefe do Executivo acreano, o empresário Eládio Cameli Júnior.