10 de junho de 2020

11:06

Carolina Givoni – Da Revista Cenarium

MANAUS – Uma operação da Polícia Federal (PF), realizada na manhã desta quarta-feira, 10, na capital amazonense estaria relacionada a exploração ilegal de ouro e desmatamento da região amazônica. A instituição volta a atuar na região contra os impactos negativos da atividade mineradora dois anos apóa uma megaoperação no Estado do Pará.

Em 2018 a exploração ilegal do ouro foi exposta por uma ação conjunta do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), que autuou a Ourominas, empresa responsável pela mineração ilegal na bacia do Tapajós (PA).

Segundos relatórios da ação, a atuação da mineradora entre os anos de 2015 a 2018 causou prejuízos financeiros e impactos ambientais incalculáveis. O grupo que foi autuado por formação de organização criminosa, fraudou a compra de 610 quilos do minério, causando um prejuízo de R$ 70 milhões à União.

Contaminação por mercúrio

Um estudo elaborado pela PF e pela Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), apontou que mais de 450 áreas ou pontos de mineração ilegal na Amazônia foram responsáveis pela contaminação por mercúrio nas águas do rio Tapajós.

O metal pesado quando entra em contato direto com os próprios trabalhadores, causa problemas cognitivos, perda de visão e doenças cardíacas. Além de afetar a natureza e as populações indígenas e ribeirinhas vivem ao longo da extensão dos afluentes do rio.
Impactos

As estimativas do relatório também alertam que a cada 11 anos, a mineração ilegal de ouro na região amazônica, despeja uma quantidade equivalente aos rejeitos liberados no acidente em Mariana (MG) em 2015. Além do desmatamento ilegal, que já eliminou 20% da cobertura vegetal original da floresta amazônica, assoreamento de rios e grilagem de terras.