Presidenciáveis Lula, Ciro Gomes e Simone Tebet apoiam carta pela democracia; Bolsonaro ironiza documento: ‘uma cartinha’

Os candidatos à Presidência usaram as redes sociais para comentar as manifestações (Thiago Alencar/CENARIUM)

11 de agosto de 2022

21:08

Eduardo Figueiredo – Da Agência Amazônia

MANAUS – Realizado nesta quinta-feira, 11, o ato em defesa da democracia mobilizou estudantes, professores, sindicalistas, movimentos sociais e entidades da sociedade civil em diversas capitais pelo Brasil. O assunto também foi repercutido nas redes sociais dos candidatos à Presidência da República: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro, Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) que usaram seus perfis nas redes sociais para comentar as manifestações.

Único entre os citados a não assinar o manifesto, o atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro ironizou mais uma vez a carta em defesa da democracia e classificou o documento apenas como uma “cartinha”, durante sua tradicional live semanal. Segurando o livro da Constituição, o presidente chamou os petistas de contraditórios e afirmou que os mesmos não quiseram assinar o documento de 1988.

“Já que o símbolo máximo do PT assinou a carta, juntamente com sua jovem esposa, eu pergunto: o PT assinou a Carta de 88? O PT assinou a Constituição de 88? E o pessoal faz onda, agora, sobre carta à democracia, para tentar atingir a mim”, disparou Bolsonaro.

O presidente ainda usou a rede social Twitter para lembrar que nesta quinta-feira, a Petrobras reduziu em R$ 0,22 o preço do diesel. Ele classificou a redução como “ato muito importante em prol do Brasil”. “Hoje, aconteceu um ato muito importante em prol do Brasil e de grande relevância para o povo brasileiro: a Petrobras reduziu, mais uma vez, o preço do diesel”, escreveu Bolsonaro.

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Enquanto Bolsonaro se posicionou contra o documento, seu principal concorrente no pleito deste ano, segundo as últimas pesquisas, o ex-presidente Lula usou as redes sociais para defender a democracia. “Defender a democracia é defender o direito a uma alimentação de qualidade, a um bom emprego, salário justo, acesso à saúde e educação. Aquilo que o povo brasileiro devia ter. Nosso País era soberano e respeitado. Precisamos, juntos, recuperá-lo”, escreveu Lula.

Terceiro colocado nas pesquisas para Presidência da República, Ciro Gomes também se posicionou a favor da democracia e afirmou que o ato é “um momento de união de diferentes segmentos contra os recorrentes ataques de Bolsonaro aos nossos direitos, ao sistema eleitoral e ao próprio regime democrático – que é a maior de todas as nossas conquistas. Este é um compromisso de todos nós”, escreveu o presidenciável que ainda convidou os seguidores a assinarem o manifesto que até a noite desta quinta-feira conta com 996.985 adesões.

A candidata do partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB), senadora Simone Tebet, também se posicionou a favor do manifesto, pediu tolerância, paz e respeito, e declarou que sua candidatura representa a “democracia sempre”.

“Estado de Direito Sempre! No dia do estudante, no histórico dia 11 de agosto, a sociedade levanta sua voz em defesa da democracia. Assinei o manifesto. Tenham certaza do meu compromisso. Minha candidatura representa exatamente isso: democracia sempre. Tolerância, paz e respeito”, escreveu Tebet.

Carta pela democracia

Além de políticos, a Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito, também foi assinada por artistas, intelectuais, profissionais do setor econômico e da sociedade em geral. Nesta quinta-feira, o documento que pede respeito ao processo eleitoral, à separação dos Poderes e ao Estado Democrático de Direito foi lido em um evento na Faculdade de Direito da USP, com discursos contra o autoritarismo e as ameaças de Bolsonaro as instituições.

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