12 de dezembro de 2021
09:12
Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium
MANAUS – Com o objetivo de incentivar e promover produções contemporâneas realizadas por cineastas e produtores negros e negras, profissionais do setor audiovisual local dão continuidade à primeira mostra de cinema negro no município de Codajás (a 239 quilômetros de Manaus). O evento, que teve início na quinta-feira, 9, é realizado em dois locais: na Casa da Cultura Professor Levy de Assis e na Escola de Artes, ambas localizadas na Avenida Getúlio Vargas, sem número, no município.
A agenda gratuita de três dias, com exibição de filmes e mesas de debate, teve como público-alvo estudantes, professores de graduação e pós-graduação na área das ciências humanas, pesquisadores do cinema e alunos do ensino médio das escolas de Codajás.
“É gratificante poder participar da realização desse projeto. Fomentar o diálogo, promover novas leituras de mundo por meio de produções de curtas e longas-metragens que abordam nossa ancestralidade e toda sua importância”, comenta a produtora audiovisual Claudilene Siqueira.
Durante a programação da mostra, a atriz Ruth Souza será homenageada. Ruth é considerada a primeira atriz negra do teatro, televisão e cinema brasileiros, sendo também a primeira negra a protagonizar uma telenovela e a primeira brasileira indicada ao prêmio de melhor atriz em um festival internacional de cinema.
Programação
Com o tema “Descolonizando o olhar”, curadoras da primeira edição da mostra – as cineastas Riane Nascimento e Elen Lint – utilizaram as produções audiovisuais como ferramentas para ampliar pontos de vista sobre as vivências e múltiplas vozes negras no segmento.
Na programação do evento também estão a exibição do filme “Filhas do Vento” (em homenagem à Ruth Souza), Oficina de Curta-Metragem com Celular, Oficina sobre o Cinema Negro e Oficina de Cinema e Educação.
“É a primeira de muitas edições. Neste ano, realizamos algo em menor proporção e tomando os devidos cuidados de prevenção para evitar contaminações relacionadas à Covid-19, mas tenho certeza que plantamos a semente da busca pelo conhecimento, representatividade e conteúdos que tragam esse olhar de valorização”, finaliza a produtora.