Projeto que limita ICMS dos combustíveis e energia mobiliza agenda do Congresso

22 de maio de 2022

12:05


Nesta semana, o relator do PLP 18/22, deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), chamará lideranças políticas do Congresso para discussão do texto que estabelece teto para o ICMS sobre combustíveis e energia. O parlamentar pretende se encontrar com a oposição e com a base aliada na próxima terça-feira, 24, dia em que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), garantiu que colocará a matéria em votação no plenário. Caso não haja acordo entre os líderes, pode ser que a votação da matéria seja postergada. Porém, interlocutores de Elmar acreditam que o texto não vá encontrar grandes resistências na Casa.

Fundo de estabilização

Noutra direção, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tenta fazer com que o PL 1472, que cria o fundo de estabilização dos combustíveis, ande na Câmara para que o PLP 18/22 avance entre os senadores. É uma troca que ainda não tem acordo entre os presidentes das duas Casas. A matéria que cria o fundo estacionou na Câmara por intermédio de Lira, que segue a recomendação do governo de não votar o texto. O Executivo é contrário à criação do fundo e também às mudanças na política de preço feitas pelo projeto. Pacheco se incomoda que o texto de autoria da Casa para tratar do mesmo tema fique empacado na Câmara.

Centrão e Bolsonaro

Governistas têm se gabado nos corredores do Congresso da popularidade de Jair Bolsonaro nas agendas regionais. Exibem vídeos do presidente arrastando centenas de apoiadores na pré-campanha e, como não estiveram ao lado do “mito” em 2018, parlamentares do Centrão se encantam com o poder de atração do presidente. É com base neste “Datapovo” que apostam na virada de Bolsonaro e que o sentimento “antiPT” cresça e traga o apoio dos indecisos. A empolgação, no entanto, esbarra na realidade do País: fome, inflação, combustíveis nas alturas e pouca perspectiva de virada na economia depõem contra a reeleição.

Pré-campanha da rua

Depois da novela em torno da formalização da chapa com Geraldo Alckmin, do casamento e da lua-de-mel de Lula, a pré-campanha da chapa PT-PSB deve finalmente começar para valer nesta segunda-feira, 23, quando os candidatos se reúnem com representantes dos sete partidos que até agora integram a aliança. No ato será formalizada a “coordenação-geral” da campanha, título dado para o grupo formado pelos presidentes e mais dois representantes de cada partido. O nome “coordenação-geral” foi uma alternativa semântica à palavra “conselho”, que no vocabulário eleitoral significa muita conversa e pouco poder.

Doria no ostracismo

Entre os interlocutores de Bolsonaro, a situação crítica enfrentada pelo pré-candidato ao Planalto João Doria é resultado do velho ditado: “quem planta vento, colhe tempestade”. No Planalto, a avaliação é de que Doria “traiu” Bolsonaro, “o PSDB e até Geraldo Alckmin”, que acabou saindo do partido e se tornando vice de Lula. Agora, está recebendo o troco, inclusive do atual governador Rodrigo Garcia, que não quer qualquer vinculação com ele, e amarga desprezível 1% nas pesquisas. Para muitos, a agruras de Doria são resultados dele ter atropelado a todos quando tinha poder e, agora, acreditam que ele caminha para o ostracismo político.