Restrições em viagens prejudicam economia global, alerta conselho mundial do setor

Implementação de restrições a níveis territoriais ao invés de regionais seria uma das razões para o alerta (Reprodução/Internet)

23 de julho de 2020

13:07

Jarleson Lima – Da Revista Cenarium

MANAUS – O Conselho Mundial de Viagens e Turismo, com sede em Londres (Reino Unido), informou na quarta-feira, 22, que as medidas estabelecidas em todo o mundo para prevenir o contágio do novo Coronavírus podem impedir a recuperação da economia global. A implementação de restrições a níveis territoriais ao invés de regionais seria uma das razões para o alerta.

A fim de evitar decisões bruscas sem necessidade, o Conselho pediu que governantes tenham cautela ao estabelecerem medidas de prevenção em aeroportos e fronteiras. Desse modo, tais decretos não impediriam a melhoria econômica do setor de turismo, um dos mais afetados pela pandemia e que, segundo pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU), perderá aproximadamente 3 trilhões de dólares até o fim de 2020.

Para Gloria Guevara, presidente e CEO do Conselho, reforçar bloqueios territoriais de entrada de viajantes é uma decisão que não beneficia ninguém: “Os governantes não deveriam impedir acesso de pessoas de outros países em seus territórios como um todo, apenas imposições de medidas regionais já seriam suficientes, assim o futuro da economia global e no setor não estaria em perigo”, pontuou.

A preocupação de Gloria e do Conselho se sustenta no fato de o turismo, de acordo com o órgão, ser ponto crucial no processo de reabilitação econômica pós-pandemia. Em 2019, o setor turístico gerou 1 de cada 4 novos empregos em escala mundial e contribuiu com 10.3% do Produto Interno Bruto (PIB). Os dados são do Relatório de Impacto Econômico emitido em 2020.

“É perfeitamente possível lutar contra a Covid-19 e apoiar a recuperação econômica por meio do setor do turismo. Nós aconselhamos os Países a considerarem lockdowns locais como chave para abrir a porta que levará ao sucesso mais a frente”, atenuou Gloria.

Estimativas do Conselho mostram que para cada 2.7% de aumento no número de viajantes, 1 milhão de empregos seriam criados ou recuperados no setor turístico. Com medidas de prevenção menos rígidas, para cada 27% de aumento no número de pessoas circulando entre fronteiras o resultado chegaria a um salto de 10 milhões de assalariados na área.