Saída do auxílio emergencial pode prejudicar ‘boom’ da indústria no AM, diz Cieam

Para a indústria amazonense, a saída do benefício, criado para reduzir os efeitos da pandemia na economia, pode prejudicar o crescimento do setor (Divulgação/Sedecti)

28 de setembro de 2020

17:09

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – Apesar do Índice de Confiança da Indústria (ICI) atingir 106,7 pontos em setembro, o seu maior nível desde janeiro de 2013 (106,7), de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FVG), o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam) alertou à REVISTA CENARIUM para um possível impacto do segmento na região amazonense com a saída do auxílio emergencial a partir de 2021, que pode prejudicar o “boom” da indústria que está em busca de crescimento em meio à Covid-19.

“Existe a expectativa de um bom segundo semestre com o advento do final de ano. Vamos acompanhar. A dúvida que temos é de como o mercado se comporta no ano que vem, a partir do primeiro semestre, onde provavelmente essa ajuda do Governo Federal deixa de acontecer”, disse Wilson Périco, presidente da Cieam.

Segundo ele, o benefício, criado para reduzir os efeitos da pandemia do novo Coronavírus na economia brasileira e prorrogado pelo Governo Federal por mais quatro meses, movimentou não somente o comércio, mas alguns segmentos da indústria.

“É preciso levar em consideração de que o auxílio que o Governo Federal deu até o mês passado de R$ 600, que agora é de R$ 300, algo muito significativo e que movimentou bastante o comércio e alguns segmentos da indústria”, destacou o empresário.

Périco disse ainda que existe uma atividade bastante positiva na maioria dos segmentos da indústria amazonense, como no setor de informática, duas rodas, eletroeletrônicos. De acordo com o empresário, a exceção é o polo relojoeiro que vive uma concorrência com os materiais importados (que chegam de outros países).

“O polo relojoeiro continua ainda sofrendo bastante, mas não por conta da pandemia, mas é por conta da concorrência com os importados no mercado cinza principalmente”, explicou.

O mercado cinza é considerado o mercado paralelo, ou seja, quando a mercadoria é oriunda de um meio de distribuição que, embora legais, não são oficiais ou não são autorizados pelo fabricante original.

Confiança na Indústria

Nesta segunda-feira, 28, a FGV informou que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) atingiu o seu maior nível desde janeiro de 2013, mesmo em meio à pandemia da Covid-19. Em comparação com o mês de agosto deste ano, quando o indicador situou 98,7 pontos, o resultado de setembro da pesquisa indicou um aumento 8,0 pontos.

De acordo com a fundação, a média da confiança do setor no terceiro trimestre atingiu os 98,4 pontos, 32,7 acima da média do período de abril a junho, de 65,7 pontos. Em setembro, 18 dos 19 segmentos industriais pesquisados registraram aumento na confiança.

Veja mais: Confiança da indústria sobe a 106,7 pontos em setembro, revela Fundação Getúlio Vargas