Três Estados da Amazônia Legal lideram desligamentos de profissionais da educação por mortes
02 de julho de 2021
10:07
Iury Lima – Da Revista Cenarium
VILHENA (RO) – Rondônia, Amazonas e Mato Grosso são os Estados da Amazônia Legal que mais tiveram crescimento de desligamentos no setor da educação por mortes de profissionais nos primeiros três meses de 2021. Em todo o País, o percentual de encerramento de contratos na área mais do que dobrou em relação a 2020, com aumento de 128%.
Os indicadores são de um levantamento publicado no boletim Emprego em Pauta, do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que também apontou que a extinção de contratos de trabalho em decorrência do falecimento de trabalhadores de diversos outros setores saltou 89%, de janeiro a abril, no Brasil.
Estados líderes
No ranking do Dieese, Rondônia, Amazonas e Mato Grosso aparecem como os Estados brasileiros com as maiores taxas de mortalidade por Covid-19 a cada 100 mil habitantes até junho deste ano, justamente as unidades da Federação que mais tiveram crescimento de desligamentos de professores e outros profissionais de educação em 2021, em relação ao ano passado.
Estado | Jan-Abr/2020 | Jan-Abr/2021 | Crescimento em % | Mortalidade por Covid-19/100 mil hab |
Rondônia | 1 | 17 | 1600% | 339 |
Amazonas | 4 | 41 | 925% | 319 |
Mato Grosso | 4 | 25 | 525% | 329 |
Pará | 7 | 30 | 329% | 177 |
Amapá | 1 | 4 | 300% | 212 |
Paraná | 28 | 98 | 250% | 262 |
Piauí | 5 | 17 | 240% | 195 |
Sergipe | 5 | 16 | 220% | 241 |
Ceará | 22 | 56 | 155% | 242 |
São Paulo | 210 | 531 | 153% | 266 |
Santa Catarina | 21 | 51 | 143% | 228 |
Rio grande do Norte | 5 | 12 | 140% | 188 |
Goiás | 17 | 38 | 124% | 263 |
Alagoas | 5 | 11 | 120% | 154 |
Mato Grosso do Sul | 7 | 15 | 114% | 281 |
Rio grande do Sul | 29 | 59 | 103% | 627 |
Espírito Santo | 7 | 17 | 100% | 281 |
Pernambuco | 17 | 34 | 100% | 181 |
Rio de Janeiro | 107 | 185 | 73% | 314 |
Distrito Federal | 13 | 21 | 62% | 302 |
Minas Gerais | 81 | 121 | 49% | 210 |
Bahia | 28 | 40 | 43% | 156 |
Maranhão | 12 | 14 | 17% | 124 |
Paraíba | 13 | 15 | 15% | 209 |
Acre | 1 | 1 | 0% | 196 |
Roraima | – | 8 | – | 281 |
Tocantins | – | 5 | – | 197 |
Fonte: Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Diesse)
Na Amazônia Legal, os três Estados permanecem na liderança. Pará e Amapá figuram em seguida, formando o grupo das cinco unidades da Federação em território amazônico com maior aumento. O mais acentuado é o de Rondônia: assustadores 1.600%. Com 41 desligamentos, Amazonas foi o segundo Estado com pior índice, depois o Mato Grosso, com 25 baixas e crescimento de 525%.
Roraima e Tocantins foram os únicos Estados que não tiveram dados relativos ao ano de 2020 apresentados.
Estado | Jan-Abr/2020 | Jan-Abr/2021 | Crescimento |
Rondônia | 1 | 17 | 1600% |
Amazonas | 4 | 41 | 925% |
Mato Grosso | 4 | 25 | 525% |
Pará | 7 | 30 | 329% |
Amapá | 1 | 4 | 300% |
Maranhão | 12 | 14 | 17% |
Acre | 1 | 1 | 0% |
Roraima | – | 8 | – |
Tocantins | – | 5 | – |
Fonte: Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Diesse)
Cenário nacional
O setor da Educação está entre os cinco que mais tiveram aumento na quantidade de desligamentos por morte no País, sendo o mais expressivo em números absolutos. Apenas os profissionais da área são 4,2% do total do aumento de 89% nas baixas de contratos de trabalho nos primeiros quatro meses do ano. Foram 1.479 contra 650 no mesmo período do ano passado.
Setor | Jan-Abr/2020 | Jan-Abr/2021 | Crescimento em % |
Serviços Domésticos | 1 | 3 | 200% |
Eletricidade e Gás | 55 | 132 | 140% |
Informação e Comunicação | 293 | 672 | 129% |
Educação | 650 | 1.479 | 128% |
Administração Pública, Defesa e Seguridade Social | 356 | 794 | 123% |
Demais setores | 17.225 | 32.045 | 86% |
Fonte: Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Diesse)
Professores e coordenadores escolares formam o grupo mais afetado no setor: 612 contratos foram extintos devido ao falecimento dos profissionais. O mesmo motivo tornou porteiros, zeladores, faxineiras e cozinheiras o segundo grupo mais atingido na área de atuação, com desligamento de 263 contratos.
O levantamento também revelou que os trabalhadores da educação mais atingidos tinham mais de 30 e menos de 40 anos de idade, faixa etária que registrou aumento de 148% nas baixas por falecimento. No entanto, a extinção de contratos de trabalhadores com idade entre 25 e 29 anos mais do que dobrou, chegando aos 109% e saltando de 22 para 46 encerramentos de 2020 a 2021.