TSE divulga dados de eleitores brasileiros no exterior; número cresceu 39,21% em relação a 2018

TSE divulga dados de eleitores brasileiros no exterior; número cresceu 39,21% em relação a 2018. (Reprodução/Internet)

25 de julho de 2022

14:07

Eliziane Paiva – Da Agência Amazônia

MANAUS – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou dados que revelam significativo aumento no eleitorado brasileiro fora do País nos últimos quatro anos. O total de eleitores em outros países e que podem participar do pleito eleitoral chega a 697.078 do total registrado neste ano.

O número representa o aumento de 39,21% em comparação a 2018, quando havia 500.727 eleitores aptos. Já em relação a 2014, houve um aumento de 96,81%, uma vez que nas eleições daquele ano 354.184 pessoas se cadastraram para votar fora do Brasil.

Dados sobre a evolução do eleitorado brasileiro entre 2014 e 2022. (Reprodução/TSE)

AGÊNCIA AMAZÔNIA entrou em contato com amazonenses que residem fora do País, como a fotógrafa Renata Ayres, 38, que há dez anos mora em Clover, no Estado norte-americano de Carolina do Sul.

Renata explica que desde que estabeleceu domicílio no exterior, exerce seus direitos políticos. “Já faz algum tempo que preenchi a documentação necessária e levei à embaixada”, e destaca o que motiva sua escolha, mesmo distante, para os candidatos do Executivo. “Mudança. O Brasil precisa urgentemente mudar”, desabafa.

Do outro lado do Pacífico, a professora manauara Aldenice Fontes, 43, já não contou com a mesma facilidade. “Estou fora há nove anos e não fiz a transferência porque o Consulado daqui é tipo um pedacinho do Brasil”, disse Fontes, ao se referir à burocracia. “Quando fui renovar o passaporte, eles autorizaram, mas com a condição que assim que pisasse no território brasileiro teria que ir justificar e pagar a multa”, explicou a professora.

Aldenice Fontes mora no Japão há nove anos. (Arquivo pessoal)

Moradora da Província de Aichi ken, cidade de Toyota, no Japão, Aldenice explicou em entrevista à REVISTA CENARIUM que quando veio ao Brasil, em 2019, seus documentos haviam sido anulados.

“Assim que cheguei, descobri que todos os meus documentos estavam cancelados, fui ao TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas) e tive de dispor de um bom tempo para resolver toda a burocracia”, disse Aledenice. Devido à demora nos processos, a professora ia ter que refazer a transferência do seu título para a cidade onde reside para então estar apta a votar.

Trâmite

Os brasileiros que moram no exterior podem votar apenas para presidente e, para isso, devem requerer a sua inscrição eleitoral (Título de Eleitor) pelo site do TSE, nas sedes das repartições diplomáticas brasileiras na localidade de sua residência ou na Zona Eleitoral do Exterior (ZZ), que tem sede em Brasília.

Em anos eleitorais, a inscrição só pode ser requerida até 151 dias antes da data da eleição, após o término deste prazo o cadastro eleitoral é encerrado. Para as eleições deste ano, o primeiro turno está marcado para 2 de outubro e, eventual segundo turno, marcado para o dia 30 do mesmo mês.

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Perfil

Segundo as estatísticas, em relação à faixa etária, 100.481 eleitores aptos a votar fora do Brasil possuem entre 40 a 44 anos (14,41%) e 97.631 entre 35 a 39 anos (14,01%). Os dados de 2022 mostram, ainda, 691 eleitores habilitados a votar com 16 anos fora do Brasil. Em 2018, foram registrados 53 e, em 2014, 48 jovens na mesma faixa etária.

Ainda no exterior, a elevação expressiva no número geral de jovens com 17 anos aptos a votar este ano chegam a 1.144 eleitores, em 2018, eram 328 e, em 2014, eram apenas 234 jovens. O voto é facultativo para o grupo e, bem como, para as pessoas acima dos 70 anos e para os analfabetos.

No exterior, a elevação expressiva no número geral de jovens com 17 anos aptos a votar este ano chegam a 1.144. (Reprodução/Internet)

Eleitorado no exterior

O eleitorado do sexo masculino é maioria no exterior com 59%, em 2022, ao contrário da percentagem geral, que é composta na maioria por mulheres. Quanto ao grau de instrução, cerca de 42% dos eleitores (292.741) no exterior têm curso superior completo.

Há 13 anos fora do Brasil, Yuri César Ramos, 53, que mora na cidade de Arlington, Estado de Massachusetts (EUA), destaca que faz questão de votar. “Não posso deixar de participar desse momento tão importante. Mesmo que não houvesse essa polarização tão grande como neste ano, o que também aconteceu nos EUA na eleição passada, votar é um papel que precisamos exercer como cidadãos”, destaca.

E reforça que as pessoas costumam reclamar muito dos políticos, mas que é preciso cada um fazer a sua parte. “Votar é uma obrigação nossa com o nosso País. Não basta só reclamar, é preciso botar no poder quem a gente acredita que pode contribuir mais para o País”, destaca ele, que costuma votar numa escola a 20 minutos de casa na cidade americana.