‘Uma gestão com representividade’, diz primeiro presidente LGBTQIA+ eleito no PSOL Manaus

Jeffeson William, novo presidente do PSOL Manaus (Foto: Divulgação/ PSOL Manaus)

16 de agosto de 2021

19:08

Priscilla Peixoto – Da Cenarium

MANAUS (AM) – Com cerca de 77% dos votos, o professor de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), doutor em educação e militante social, Jeffeson William foi eleito, nesse domingo, 15, o primeiro presidente LGBTQIA+ do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). O novo presidente irá exercer o cargo pelo período de três anos.

Jeffeson considera que a vitória expressa um antigo desejo de representatividade, fortalecimento da militância, não só LGTB, mas de outras classes que lutam por inúmeras causas relevantes e necessárias para a sociedade. “É um quantitativo que expressa um desejo à vontade da população LGBTQIA+, negros e negras, mulheres feministas, indígenas e PCDs de fazer uma oposição de fato de recrudescimento do conservadorismo no País”, comenta o novo presidente.

Com a vitória de Jeffeson, a expectativa é que o partido tenha uma participação mais efetiva de mulheres feministas, negros e negras, indígenas, pessoas com deficiência e LGBTQIA+ compondo, assim, o novo diretório do partido.

Uma gestão inovadora e participante

Segundo o presidente, a nova gestão já tem planos para este novo ciclo, por exemplo, em setembro, será realizada uma solenidade de posse onde representantes de outros partidos de esquerda serão convidados. Logo após o momento solene que marca a transição de fase, Jeffeson revela que haverá uma reunião com os integrantes do PSOL Manaus para uma discussão de plano de gestão.

“É o que chamamos de planos de lutas, na qual poderemos deliberar os rumos do partido e dentre esse elementos pretendemos fortalecer os setoriais e núcleos do partido e estabelecer um maior e mais próximo diálogo com as bases e entender quem são esses filiados e filiadas e a contribuição que eles trazem tanto política quanto de financiamento e ideias”, conta o presidente.

Para Jeffeson, o novo clico expressa a necessidade de representatividade de várias classes (Reprodução/ Internet)

Enfrentamento e investimento

O educador frisa a importância de se atentar e aderir às causas indígenas e contribuindo na luta em prol de um povo que, nas palavras do presidente do PSOL, vem sendo “fortemente atacada pelo atual governo”. Na leitura de Jeffeson, enquanto amazônidas, não há como fugir de um enfretamento junto aos movimentos sociais para auxiliando no fortalecimento das comunidades.

Jeffeson William destacou, também, no investimento na figuras públicas do partido que querem se unir ao enfrentamento seja no âmbito do sindicato, seja nas disputas eleitorais no Executivo e Legislativo. “São alguns pontos que a gente pensa em implementar ao longo desses três anos frente a essa nova gestão do Diretório Municipal do PSOL”, complementa.

Sobre Jeffeson

Jeffeson William, tem 35 anos, é natural do município de Eirunepé, interior do Amazonas, distante 1.159 km de Manaus. Quando criança veio para capital e, focado no estudos, Jeffeson foi trilhando o caminho da educação juntamente a causas sociais.

O eirunepeense se formou no curso de Serviço Social pela Ufam, em seguida, fez mestrado em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia e doutorado em Educação também pela Ufam. Lecionou em algumas intuições de ensino no Estado.

Em 2109, passou a atuar como professor de carreira na Ufam onde continua trabalhando, além de ser envolvido em debates voltados a gestão de políticas públicas e questões ligadas à diversidade afetivo sexual.