Vídeo mostra adolescente da etnia Wapichana antes de desaparecimento e morte, em Roraima

Janielly Grigório André tinha 15 anos e era da etnia Wapichana. (Reprodução)

17 de maio de 2022

12:05

Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS — Um vídeo exibido no Jornal de Roraima 1ª edição, na Rede Amazônica, em Roraima, mostra a adolescente Janielly Grigório André, de 15 anos, da etnia Wapichana, no terminal de ônibus no Centro da capital Boa Vista. As imagens são os últimos registros da jovem, que desapareceu no último dia 23 de abril. O corpo dela foi encontrado no dia 10 de maio, mas só foi identificado no sábado, 14.

Nas imagens é possível ver que Janielly, de blusa preta, calça jeans e mochila nas costas, interagia com outras três jovens. Informações dão conta de que ela estava na capital roraimense para um curso profissionalizante de Administração e, antes de desaparecer, fez contato com a mãe informando que estava no mirante do parque do Rio Branco, e que de lá iria para o terminal, pegar o ônibus e ir para casa.

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A adolescente não chegou em casa e não deu mais notícias, então a família procurou a Polícia Civil.

Imagens mostram a adolescente Janielly Grigório André no terminal de ônibus (Reprodução/ Rede Amazônica)

Morte da adolescente

O corpo da adolescente foi encontrado amarrado em uma árvore no bairro Santa Cecília, município do Cantá, a mais de 30 quilômetros de Boa Vista. A identificação só foi possível por meio da arcada dentária, pois o corpo estava em avançado estágio de decomposição.

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Devido às condições do corpo e ao tempo, não foi possível a confirmação da causa da morte, que ainda consta como “indeterminada”.

A família de Janielly Grigório André era da Comunidade Jabuti, região da Serra da Lua, município de Bonfim, a 124 quilômetros de Boa Vista.

A CENARIUM questionou a Polícia Civil de Roraima, por meio da Secretaria de Comunicação (Secom) do Estado, sobre o andamento da investigação do caso. A secretaria informou que o caso passou a ser investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) em parceria com o Núcleo de Investigação de Pessoa Desaparecida (NIPD) e a Delegacia de Cantá.