09 de julho de 2022

20:07

Ívina Garcia – Da Agência Amazônia

MANAUS – A Yamaha Motors realizou na manhã deste sábado, 9, uma ação socioambiental de limpeza no Igarapé do Gigante, nas proximidades da Marina do Davi, Zona Oeste de Manaus, em alusão aos 67 anos da empresa, comemorado ao longo do mês de julho em diversas cidades do País. No total, foram retiradas 8 toneladas de lixo do igarapé.

Além da limpeza, funcionários voluntários da Yamaha, com a ajuda de 100 agentes da Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) da Prefeitura de Manaus, também realizaram uma ação de conscientização para que os moradores e visitantes do entorno não continuem descartando o lixo de forma irregular. Mais de 20 barcos foram utilizados nas atividades.

A empresa adaptou o evento de aniversário, realizado mundialmente, para as necessidades de cada região do País, sempre com o enfoque social. “No Brasil, a gente está fazendo arrecadações de agasalho em regiões que são mais frias e arrecadação de alimento a nível nacional. Aqui em Manaus, fizemos essa ação específica da limpeza nos igarapés porque vimos que existe uma necessidade diferente”, afirma Andrea Jesus, marqueteira da Yamaha Náutica.

Segundo Andrea, ainda durante a organização da ação, outras empresas sediadas na Zona Franca de Manaus (ZFM) também mostraram interesse em fazer trabalhos do tipo. “Eu acredito que a repercussão desse trabalho, com certeza, vai motivar outras pessoas a fazerem, a ideia é justamente essa, porque todo mundo ganha”, diz.

De acordo com dados da Prefeitura de Manaus são retirados, todos os dias, cerca de 35 toneladas de lixo dos igarapés da cidade. É uma ação contínua do órgão, que além do trabalho efetivo de retirada também busca conscientizar a população através dos “Garis da Alegria”, que estiveram presentes na ação da Yamaha, cantando e dançando enquanto falavam sobre preservação ambiental.

Relevância nacional

Empregando 2.600 pessoas, diretamente, na fábrica da Yamaha, em Manaus, a empresa foi instalada no Polo Industrial há 37 anos e é a segunda unidade da fábrica criada no Brasil. Por isso, de acordo com a Andrea Jesus, a empresa escolheu a cidade para ser a primeira do Brasil a receber a ação focada no meio ambiente.

“Em Manaus, as estradas são rios, então, foi uma escolha óbvia para a gente e, além disso, a relevância de Manaus para o Brasil e, mundialmente, também impactou na escolha desse projeto. Vamos fazer vários episódios, no Instagram, e queremos que repercuta de forma mundial para que as pessoas vejam Manaus de uma outra forma, pensando no futuro”, afirma Andrea.

Resíduos irregulares

De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o processo de decomposição de certos resíduos jogados no lixo e que vão parar na natureza pode demorar 500 anos. O plástico, por exemplo, pode demorar 450 anos para se decompor; o isopor demora cerca de 400 anos; Já as tampas de garrafas podem chegar a 150 anos.

Sem a interferência dos órgãos, empresas e ONGs, na retirada e reciclagem desses resíduos descartados de forma irregular, o desequilíbrio da natureza poderia piorar, provocando um aumento nas emissões de gases de efeito estufa que causam mudança climática global.

No local da ação, a reportagem foi informada sobre um trecho mais afastado, que segundo o condutor da embarcação, que preferiu não se identificar, é comumente usado para descarte irregular. Pedaços de madeira, plástico, restos de aparelhos domésticos e galões de diesel estavam jogados à beira do igarapé. Segundo o condutor, após o descarte, esse lixo acaba se espalhando pelo rio por conta da chuva.